terça-feira, 23 de agosto de 2022

Das paragens do Farol

 A vida que passa

[É ela!]

Vela acessa,

dessa aquarela

[É ela!]

Vela as passagens
Vela as paragens
Ela vela.

Vê-la inteira
É caminho
da margem secreta

Vida, vaga nuvem
(im)precisa
[Vem e some].
[Para e passa]
É ela!

Quadrado caminho
Riscado de céu
É ela!
Vela acessa
dessa aquarela via.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Desde a sua volta

Alguns dias de silêncio

Outros dias de silenciamento

Sem demora, sem mora

Levo cozendo para dentro

E desde esse silvo marcado

Do até logo, sussurrado

Sou breve e lenta

Pesar de horas, dias

Noites sem luz

Dias avarentos 

Medem a sua volta

(O seu retorno,

Um tormento?)

- Quando voltas?

- Não volto, estou eu cá dentro

Marca tua passada, 

marca o batido

Marca esse passar de tormento,

- Não marque nada, pois estou aqui,

cá dentro

te desenho, meu quinto elemento!

- Vem! Espreita teu peito, que agora bate lento

Vezes nada, nada é

Te levo guardado, em silêncio.

Volta, meia volta,

cá estou eu

em rebento.



domingo, 26 de janeiro de 2020

Ventos de Oração

Decidi deitar estrelas
para escrever tal composição
Dedico poucas palavras
em breve oração

Aonde estejas, em qualquer
Constelação
Mundo
Plano
Extensão

Escuta, que soa fundo
Esse pedido de união
Vem ter comigo
Em breve e rápida
ocasião
que faz marca a hora
a hora da consternação
de saber que a humanidade é fraqueza
E eu, em estado de lassidão,
Não encontro verbo que faça parar de tremer a carne

Já não creio mais em mim,
Nem naquilo do que me dizia Verdade
Venho eu duvidar da humanidade
Lugar de pequena gente e de larga vontade

Vem ter comigo
Por ocasião do descaso
Por motivo de silêncio
Por necessidade de conforto
Vem ter comigo
Pois já menos que pequeno sou, então

eu Te Preciso
eu, pequenino grão, Te peço
Te Peço que venha socorrer a mim e a minha oração
eu Te Preciso






quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Poema para Maria Thereza


(Para nossa pequena,
Que não conjuga verbos, mas que é ação
Para nossa pequena,
Que cumpre tempo de encarnação)

De todos esperada
Estavas guardada, como o ramo, em flor

A Pequena nossa, lança e fita, com seus negros olhos
Olha como se visse algo
[que não vemos, não sabemos, que esquecido foi(?!)]

Mas não importa lembrar.
O que se desenha em nós
É a rota de teu olhar

Que nos planta, em flor e semente,
É o verbo Amar

Pequena e bela, fostes feita em aquarela
Só para os nossos corações acalantar

Te tive, por primeira vez, em sonhos,
Pois o amor era tamanho e não podia esperar
Queria te colocar no colo e sentir como é doce o amar

Amor que é (des)conhecido
E, ao mesmo tempo, sabido,
Como todo é o bem-amar

Chegando, Nossa Esperada, fostes postas em guarda
Nos ensinastes que o Amor é esperança,
Nos ensinastes que o Tempo é dança,
E que não há exposta lembrança que não se possa ocultar

E fostes postas ao mundo:
Caminha, Pequena, que queremos te ver andar!

E és flor e semente, traço de Deus vivente, que nos faz acreditar.

Nos mostra a dança da vida, que muitas vezes esquecidas, teimamos em não dançar!
Te mostras como forte esperança [um futuro-presente], que com teu sorriso inocente, não deixas de anunciar!

Não há verbo, que não sejam os vividos, que possamos conjugar.
Tu a nós ensinas, sem conjugar, como se vive o verbo amar.

terça-feira, 30 de maio de 2017

El reposo

Dentro de poco
Estarás aquí
[Me lleno de preguntas]

tú es las respuestas
que el latido de mis ojos
sueñan
deslindo caminos

[los senderos cambiaron]
[necesito un respiro]
Tu calor aún está en mis brazos

Puedo sentir tu cuerpo
al abrir los ojos
es dulce
es fuerte
es mía


en la cosa de vivir
en el seno de sobrevivir
es tú, mi peque


Das ondas

Eis que sem menos
Ressoa aqui
Essa coisa de vingar
De abater  os versos
De tentar o espaço
desdenhando em letra
[e som]

E nem mais e nem menos,
dentre pouco
tempo
dentro tanta
água

Eis que sem menos
Os versos caem
no solo serenado
do sonho revelado

quarta-feira, 25 de maio de 2016

"mais noite que a noite"

Hoje se inicia
o amanhecer
mais noite

aurora não reluz
amarga glória
que este peito conduz

queria lhe dizer
nada muda
nada para
que a dor esbarra
e que o tempo
sana

mas
hoje
só hoje
vi desenhando
nesses olhos
um medo
uma dor
de não ter tempo
de não ser flor

desrateada a tamanha distância
entre a esperança e o medo

de fundo marcado
eu fico calado, e lhe digo sereno
não há nada, que me faça melhor,
que me traga vida
que tente o sereno