domingo, 26 de dezembro de 2010

Frase Solta X

O que é cercado pelo coração nunca anda solto.

domingo, 19 de dezembro de 2010

pós-bale

Nunca peça a ninguém para realizar seus sonhos, seus planejamentos podem ser diferentes, ainda que os sonhos sejam os mesmos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Matéria de Canto

(quatro mãos, algumas telas e teclas)


poeta dorme
e acorda
na derme aflora
e sai
versos que vão e vem

poeta rica
sabe que sim
e sabe bem
que por onde vai

significa



Por Múcio Góes e Eri

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Frase Solta IX

É preciso tomar do silêncio as palavras mais macias para acariciar as cicatrizes mais fortes.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sina

Tudo que enche um dia voltará a secar.
[Igual que o mar]
Essa é a lei de estar.

Temos que
renovar
Replanejar
retornar
Refazer
reviver
Resignificar

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sobre baronesas

- Sabes?
- O que?
- Que quando elas aparecem, há algo de errado. Que logo se sanará...
- Sim.
- E o que fazer?
- Queria falar algo... Não sei.
- E?
- Tinha apoiado umas palavras... mas já era.
- Nada? Nenhuma imagem?
- Tinha um verso? Ou algo?
- Tinha.
- ...
- Que faço?!
- Nada.
- Ah... A voz dele não me sai da cabeça...
- De quem?
- Dele. Foi ele, com sua voz e palavra, que me fez ver ... Criou em mim essa imagem.
- E mais nada?
- É. Passei e o ouvi, secretamente, em minha mente: “As águas estão sujas. Por isso estão ai.”

Um leve sorriso. E a felicidade de ter compartilhado algo, tão simplesmente profundo que o fez ver que mesmo quando algo não vai bem, se pode tentar mudar sinalizando da melhor forma. Como se pode responder bem, ainda que tudo não esteja bem. Responder com flores, sempre.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sem imagem.

- Mas... não me sai dos olhos!

Eles.
Tão namoradamente eles.
Juntos.
Postos.
Chegados.
Na relva ribeirinha.
[poluidamente ribeirinha]
[de uma veneza tropical escaldante]
[Ele docemente verde, ela marcadamente vermelha.]

Mas, ainda assim, Eles.
Ela feita,Ele também.
Ele colhido. Ela escolhida.
Mas, ainda assim, Eles.

Tão namoradamente eles.
Juntos.
Postos.
Chegados...

Ladeados de si.
Coca e Coco.
Coco e Coca.

Presentes:

a câmera de olhos.
a memória do pensamento.

Ps.:
sombras duras registradas numa mente cansada.

[...]

?

"Esta vida es llevadera..."
J.D.



Existe metro para medir sentimentos?

E vai
tristeza
felicidade
saudade
...
E vem
triste
alegre
saudoso
...

[Nem o tempo me mede!]
[Só me transpassa.]

E sigo.
E seguimos
Seguiremos?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Frase Solta VIII

Utopia: possibilidade de caminhar sob um chão de estrelas.

({[Felicidade é poder escolher o seu caminho. Seja ele qual for.]})

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Oculum

Angularmente
Posto sobre nós...
Em raro fazer de contemplação
É que miras
O de dentro
Fora
O de fora
Dentro
Levarias
[E levas]
Luz
Ar
Energia
Um transpassar
[Mistério e Magia]
Me pede[m] passagem
Podemos transpassar-lhe[s]
E levas
O de fora
Dentro
O de dentro
Fora
É raro o fazer da contemplação
Contemplemos angularmente
Miremos então...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sobre o i

Não há duvidar
Que as unidades
São maiores que o imaginar
Não me venha
Com anos
Com meses
Com dias
Com horas
Quero as vidas
Moduladas
Modulantes

Quero o módulo imaginar

Quero voltar ao número imaginário
Aquele i
[muitas vezes arbitrário]

Que tornou o real mais inventado

Não há dúvida:
Há unidades
Há maiores que i

sábado, 2 de outubro de 2010

E sabes?

[Não] se pode suspender o tempo
[Não] sabes o tempo
[Não] marco o marco de dentro
[Não] tenho o tempo
[Não] me leva agora
[Não] me faça hora
[Não] há suspensão:
Ou vivemos ou [Não]
[Não] há o que esperar
[Não] se pode voltar
[Não] posso suspender o tempo
[Não] marco o marco de dentro
[Não] tenho o tempo

E brincas com as areias do tempo...
Brincantes d'um espaço-tempo...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sob o tablado e seus espaços

É tarde.
E arde.
Se marca [o passo]
Se marcam [as páginas]
Dessa entrançada ação.
Sem direção geral
Com co-autores
De atos distintos
Nos entreatos
Marcamos a peça
Que propõe
O destino
O desatino
[Por nós]
Dos desalinhos
[sob nós]
D’um dual
Duelo.

hogar

As letras de seu nome
Não me saem da cabeça
Quem é você?
Ser [des]conhecido
Que habita essa anima
Parte [também] de um animus
Não me entenda agora.
Venha numa outra hora.
A hora que nos cabe para estar contigo.
Amante ser reconhecido.
Um dia, estaremos reunidos.
Aconchego terá no vibrar,
desse hogar.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Frase Solta VII

Abandono: uma forma de expressar as multiformas de uma complexa aproximação.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Das Noites futuras

{Para você que esteve aqui}

Corremos disfarçadamente
[ Não se abraça o mar.]
Correntes invisíveis
[Não se -a-prende o amar]
Correntezas ocultas
[ Abarcaremos o mar.]
Corridas involuntárias
[Abalizaremos o Amar]


Correndo entre o espaço
de personas latentes
no nosso curto espaço
nos passamos rente

Não nos ferimos
Só levamos a frente
O que aprendemos a ser

Não concorremos
Somos personas latentes
Vamos de eu ao tu
Somos uma a outra rente

Só nos levamos à frente.
Estamos grau à cima.

Corremos disfarçadamente
Passamos à cima
Correntes invisíveis
Passamos à frente
Correntezas ocultas
Passamos rente

Ainda que não tão meninas...

Laço

falando em conter
as águas do tempo
transpassaram
o ver
o ser
o ter
e tudo é tema
Na barca do tempo
[ Não se abraça o mar.]

Mas quantos abraços até você?
Quantos braços para te encontrar?

Ser que não
Se pode
Ver ou Ter.

As águas do tempo
Transpassarão
e tudo será tema
até chegar
Ao arrecife de teu abraço
E somente
Alguns braços
separarão
De teu litoral
E literal
Laço.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

reversus

Descobrir verbos
Descontrair versos

Despontar noites
De linhas retorcidas
De nomes reversos
De lutas inversas

Descobrindo versos
Descontraindo verbos

De inversos reversos
De inversos nomes
De noites retorcidas
Despontam linhas

Descoberto verbo
Desencontrado o verso

Dá-se então
A sentipensante ação.

[ Dou-me: - re - versão ]

domingo, 12 de setembro de 2010

Sobre Amores

Nessas Histórias não existem ganhador e perdedor
Se trata apenas de saber para onde voltar
Quando necessário for
Isso sim, de verdade, é Amor.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Considerações sobre o Tempo

Não podemos muita coisa com o tempo...
Mas dizemos [não tão veladamente]
que
"Perdemos"
"Enganamos"
"Passamos"
"Esquecemos"

Palavreamos o tempo.
Conjugamos o tempo e ele nos conjuga.
Ele nos cativa
em suas circulares histórias
em suas dançantes lanças

Desencontradamente esperamos aquele instante
[Num outro átimo marcado]
Para escolher viver
Mas
Não sabemos nós
que o tempo de viver é esse:
O presente.

Esse é o nosso ponto, o da estada
[em suas múltiplas estradas]
Ele é o nosso aliado, conjugador e campainha.
[Nas sendas do viver]

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

De Saída

Simples
Complicada
Essa coisa de estar
não se trata
de tudo
ou nada
Mas de saber ter
[o que se precisa]
do estar
Somente se pode ter
o que não se pode levar:
O Instante.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Música de estrellas

Queria cantar algo
Mas aqueles risos
Roubaram o canto
Restou silêncio sentido
De palavras já ditas
De olhos já vistos
De toque já ido
Queria cantar algo
Mas faltam os sentidos

sábado, 21 de agosto de 2010

SOBRE AS RETAS E O CAFÉ

Infinitos Pontos
Infinitas Retas
Levam-nos co-planejar
Como será esse objeto

Segmentos Consecutivos
De um [re]pensar

[De]linear
Por pontos
É o demonstrar
Transversal particular
Dos alternos externos

Em outros planos
Sobriamente perpendiculares
Noutros tão encontradamente
Colaterais

Doutros espaços alternos,
Busca-se encontrar
Pois se procura o opostamente eqüidistante
Momento de estar.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Traçado

Se ferve uma verve
O ousar é não usar
O manual desdesenhado
[rótulo desmarcado]
Marcamos o marcado quadrante
usar-ousar-pulsar
Uma verve ferve
Ousando usar a desdesenhada palavra
O corpo são
A alma habitada
E a sensação
De que tudo e nada
Marca e remarca
Fia e desfia
Essa camada
Do tecelão

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Festival de quadra hiemal

Durante um tempo defendi
Letras que pareciam ser minhas
Ando fazendo novas letras
Com velhas mãos
Sigo a vida
Ritmista
De tecedores
sãos

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Da esquina estada

Por roubar risos
De rosas
Serei aprisionado?

Esse [Re]Sentido Oficio
Leva
Descompassado soldado
Vivente do Entre
Da contemplação
Sem explicação
Da esquina estada

Rente

quantos textos levaras
para que resolvas
chegar
ao
eu
?

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pela força do gesto

As verdades plataram um pé de agonia na fantasia.
Não deixe nada atrapalhar o jardim.
Nem as palavras, nem as contas, nem os fatos ou os atos.
[...]
Cativar e Cultivar: verbos para um [belo] jardim.

domingo, 8 de agosto de 2010

Quereres

Quero
me perder no verso
da linha do teu olhar
pois me desenhas livre

Quero
me ver seguindo teus sinais
para trilhar o caminho
dos teus lábios

Quero
me encontrar perdida
no laberinto de teus passos

Quero
o doce tecer
das tuas palavras encarnadas

Quero
o desfazer
e a refazenda
das canções
que fazes
brotar
nesse peito
com o defeito

[o grave defeito]
[o de sentir emoção]

Atentando o mar

Para perfumar o mar
não deixo marcas
só aquelas de saudades
que nem sei se são
marcas ou notas
que descomprimem
um coração
de outro coração
ao encontrar
a mesma vibração

Diálogo de baile

- Dança comigo?
- Sim.
- Quais são teus passos?
- Só de tocar-me, sentiras como se deve levar.
- Qual é teu ritmo?
- Nem sei, vai do dia.
- E você, o que prefere?
- Gosto de sentir a música em suas imagens...
- Humm...
- Sabia que cada som tem uma imagem...
- ... que o corpo reproduz em baile...
- Sim, cada acorde é um “acordo” para movimentar o corpo.
- Concordo! Mas, como fazer um acorde soar em dois?
Pois assim vamos dançar, a dois?!
- Temos que sentir em três fases... nos ligar em três fases...
- Nossa!
- Então, vamos dançar?
- É o seu desejo?
- Sim.
- Já era o meu então...
- Mas onde e como?
- Chegará o nosso dia. Com ou sem nossa permissão.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ἐπιτάφιος

Na forma da letra
[Se desenforma]
E tenta sair canção
Cai lenta
[A memória ]
D'onde tirar papel e letras
Para anotar
sua entonação?

Vela.

Velas pra Ela.
Foi impressa no papel de ilusão.

E notícia se busca.
E vozes escuta.
E vela ela.
E vela então.
Navega Ela, no papel da ilusão.

ela vela Ela então.
Aqui se vela.
[E se vai Ela.]
Fica apenas
uma ilusão

A de vagar [devagar]
Na ampla imensidão
Do papel da ilusão

Divaga
Devagar
Aquela canção

Frase Solta VI

Desenformando: Sempre [e de alguma forma] os mesmos olhos podem ver de diferentes formas as mesmas formas.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Quando longe é perto...

Podemos amar por palavras, por olhares e por mais eteceteras que alguns tais podem imaginar...

ser-nós-mesmo

o melhor de nós
é ser um nós
singular
Um nós com nós
que não deixam de estar
mesmo quando não
estão
pois
as estadas
e as estradas
virão
mas
o que nos une
é um singular nós
sinteticamente
plural
sem posse
pois para ser
não é preciso estar
basta ser
sendo

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Música

Cantei
Ao alto do teu coração
Uma canção
Repara e escuta
Canta-me então
Que sou partitura
Em escansão

Frase Solta IV

Abraço: força prateada que aperta os laços dos corações de mesma sintonia.

Movimento

Tua arte

De doar-te

Ao meu sentir

[é impar]

Tu repartes em versos

De olhar e ver

[o meu vibrar]

Tu fazes parte

Dessa arte

[de sorrir]

Dessa minha arte

Es parte

D’arte de viver e de sentir

[Vibro]

Dentro da tua arte

Doar-te

Doar-me

É um verdadeiro devir

domingo, 1 de agosto de 2010

Regresso

O peito inflama
A vida chama
Mas não há trama
De desenredar canção

E corre o verso
Egresso
D'uma rendição

O Ecoado Silêncio



Ao voltar os olhos para baixou deixou marcada a hora. Aquela era a hora do silêncio. Era isso que já sabia reconhecer depois desse pouco tempo. Parou, sorriu lentamente e abaixou os olhos como que gritando pelo silêncio. Silenciou com um sorriso e um olhar.

Por onde marcar essa linha tão circular? Buscava um silêncio distinto. Buscava o singular. Estavam no plural. E já era sentida a hora. A hora arrepiava-lhe solenemente a nuca indicando uma esperada surpresa.

- Que fazer? Como fazer parar?

Foi ai que se lembrou.

- O olhar.

E se deu descaradamente a ressaca dos mares, como sem querer baixou os olhos e levantou a guarda. O silêncio, amigo querido, voltou a imperar.

Mais uma vez, por murmúrios, tentou-lhe falar. Mas que nada. Com seu leve passar por um canto de olhar deixou inclinado o rosto. E tornou a respirar.

- Não quero palavras. Quero o silêncio. O silêncio repleto de pensar.
As palavras turvas fizeram-lhe levitar pelas correntes de ar. E tornou-se sopro de silêncio, corrente de ar.
A ressaca dos mares ecoou o silêncio. O silêncio de estar.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Chaves

Com você
Por você
Para você
São
Que essas linhas
Libertaram-se
E viraram ar
Para dar volta ao mundo
E cair sem querer
Em seu ler
E acariciar o seu olhar

o poema do poema

Chegando mais perto
pude verte
ver de perto
o verde
de teus olhos
e ver
um canteiro desenhado
são seus olhos
de um oliva
docemente colocado
no teu rosto
para ajudar a leveza do teu sorriso
a fluir
e encontrar a sua leveza de estar
e ser

Canteiros

Dentro do tempo
Pude brincar
E ver de perto
[teu desenho]
Fazendo da tua cor
Um canteiro [de estar]
Fazendo do teu silêncio
Espaço de contemplação
Fazendo do teu olhar
Carinho na memória dos sentidos
Dentro do tempo
Brincamos.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Desejo

Teu silêncio sorrido
Espero encontrar
Quando outra vez
Te volte a mirar
Olvide o sal em gota
E sinta o doce vibrar
De ser você

Aromas, Amores, Amares

O mar deveria ser A mar
não é por nada
que amar
é A-mar

terça-feira, 27 de julho de 2010

Correntes do além-mar

Não se suspende nada que não se possa domar.
Não se doma ondas. As acompanhamos ao passar.
Vamos com elas.
Nosso destino é a praia.
Mas em que lugar? No lugar de quebrar.
De entrar no grão d’areia, para tentar-lhe levar.
Levar para trazer.
Trazer para lembrar.
Lembrar que podemos passar, mas nunca sem deixar um pouco de nós. [Pois não sabemos que tudo que vai volta, igual onda do mar... ].
Voltar num novelho estar. Mas nunca saberemos ao certo onde poderemos nos reencontrar... Um dia o fizemos e depois refaremos...
Contudo assim será: nos recolheremos um pouco menos nós e um pouco mais os outros.
As águas dos rios correm para o mar...
Como passamos uns pelos outros...
Levando e deixando
É essa a não exata fórmula de aprender a passar
[Carregando no seio o igual e o diferente]
É que aprendemos a ser riomar, a rimar e a amar...
Tudo é um leve ciclo de passar.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Das Missivas

Não há porque entregar as cartas em ordem [colocar as cartas em ordem só nos faria criar uma nova história] e sempre achei melhor brincar de embaralhar. Mas ainda se escrevem cartas? Nem sei... Mas há ainda quem ame. Quem ama rabisca. Fere de leve a tela e sela na aquarela uma nova letra de sentir.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Conversa

saíram estas palavras
ao sensível
nem sei se
as procuro
ou se vêm
correndo
e/ou
devagar
para dar ao mundo
o que
antes
já era dele

Dos instantes

Podia escrever alguns versos.
Mas um dia teremos nossa poesia - a escrita, claro -
Pois já temos muita poesia vivida.
E [d]escrita na memória.

[Memória, poesia e vida.]

É isso e muito mais que nos une.

(Além das segundas e seguintes ordens...)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Antes de tudo...

Buscava textos secretos escritos por famosos desconhecidos.
Tentativa desesperada de ler algo ou alguém...
Ao final, depois de correr os olhos, eis que amparado pelo destinado desacaso.
Caiu aos seus olhos sonoro texto...

"Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno. "

C.M.

Jainda.

- Como pode caber tudo nas palavras?
- Não sei...
- Mas como podemos esvaziar as palavras?
- Não sendo humanos...

terça-feira, 13 de julho de 2010

las cosas sencillas

Alimentos invisibles
que acalentan
el alma:

El suspiro.
La mirada oculta.
El sonriso furtivo.
La reunión de las manos.
Aquel pensamiento.

Así seguimos, ricamente alimentados, para la vida.

Perguntas claras

O que é manhã?

E, se é, onde está a manhã desse dia?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Libertas

Para corpo, artes.
Para alma, sonhos.

domingo, 4 de julho de 2010

Para Juno

Ainda que não me leias, passo-te desapercebida todas as manhãs.
E espero, serenamente, o correr dos teus dias para nascer quase no teu fim.
Para deixar-me curtir corto-me.
E o recorte sai e se cola nos meses seguintes esperando as cores certas para preencher cada favo. Esperam pacientes sua persona colorista, o tempo, para completar-se e só então deixar nascer os verbos desta pequena ação.


[ferir] [correr] [sangrar] [discorrer]
[marcar] [mover] [sentir] [pensar]
[pintar][sanar]
[ler]

Receita para matar o tempo

(Quando encontrar diga-me!)


Por enquanto
Passo-te um placebo:
Por meio dessas descoloridas letras
Vou passar por suas medidas inteiras ou fracionadas
Vou sentar na janela e vê-lo passar [Carente de levar-me]
Vou apoiar-me no céu e (desde lá) iras ver-me escrita nele
(ou nessa folha gasta, quando não na tela,
quando não na mente de alguma gente
-que ainda sente-
essa mesma vontade de matar o tempo)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O fio mágico

No palco de Vei
[te vi passar]
Sonora e tranquila
[como onda do mar]
Respira e suspira
[num leve andar]
Temente as estrelas
[como estrela do ar]

Biombo

Novel
Novelo
Novelho

terça-feira, 29 de junho de 2010

Calendário

Aproveita.
Marca o tempo.
Entre quadros coloridos passa.
Tira os meses passados.
Equilibra o presente.
Descompõe para compor.
Guarda,se necessário, as datas.
(É melhor guardar as felicidades.
Jamais se repetem. Ajuda a memória.)

Marcando e marcados, passamos.
Ele por nós.
Nós por eles.
Vamos virar a folha.
E tudo será um novelho passar.

Nada se vai sem voltar.
Aproveita.
Olha bem, o novelho passar.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Diálogo de Pássaros III

- Oi.
- Oi.
- Como estás?
- Estou e você?
- Sigo.
- Bom.
- Bem.
- Será que choverá?
- Sim, já choveu.
- Tudo se repete. Não há nada de muito novo.
- Ehh... A vida é assim... Mas existe mudança.
- Sei bem, e você, mudou em algo?
- Nem sei.
- Mas é capaz que existam novas lembranças.
- Bem, sei que gosta de brincar com o tempo.
- E você com as pessoas.
- Somos dois jogadores.
- Não, eu brinco e você joga.
- Vamos voltar a isso?!
- Na verdade nunca saimos daqui.
- Nunca saimos de nós mesmos.
- Malditas extensões.
- Não se pode bringar contra si mesmo?!
- Voltamos a isso?
- A brigar?! Jamais. Nunca duelamos.
Sempre foi uma guerra florida.
- Não estou de acordo.
- Não pedi.
- Pois bem, espero que o tempo melhore. Choverá?!
- Pois negas muito de que és. Pode ser. Sempre é tempo.
- Vais viajar?
- Sim. Sempre faço isso.
- E vai voltar logo?!
- Existem viagens que nunca terminam... E outras que jamais começam.
- Acho que vai chover... É melhor entrar!!
- Claro, você prefere. Mas esperava um convite.
- Um convite?!? De que e para que?
- Para um banho, de chuva. Ele sempre deixa a alma mais leve.
- ...
- Você e seu silêncio. Isso está cada vez mais seu.
Mas bem. Estou indo. Fica com o guarda-chuva.
- E o fichário?!?
- Pego depois... Só leva cartas não enviadas...
Não gosto de carregar esse silêncio falado.
- ...
- Um dia eu volto. Eu sempre volto.
- Mas...
- Guarda. Quem sabe um dia você pode entregar ou responder a essas cartas.
- Mas, e meu silêncio?!
- Ele será repleto das minhas palavras e pensamentos.
Você poderá me ler (ou não). Na chuva ou no sol.
- ...
- Um dia eu volto. Eu sempre volto.
- ...

Chove. Há uma passarela. Dois lados e um meio. Segue a chuva.
Seguem: seca a voz e seco o olhar.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Por una raya

podia ser tudo e nada, mas foi poesia.
ainda assim te amo.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Memorial

Escrevendo uma ou algumas folhas por dia. Escreveremos o nosso livro.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Blanco y negro

Dançam as cores por dentro...
Procuram os espaços.
Onde possam repousar lentas
[dessa coisa de ver.]
Ver pede muito. Pede tempo.

Ele corre. Solto e leve.
Nós o sentimos. Presos e densos.

Dançamos...
Par desalinhado.

Eu te preencho.
Você me invade.

Procuremos espaços.
Onde possamos repousar lentos.
De tudo.
Mas não do tempo.
E dessa coisa de dentro.
Desse vento.
[Que anuncia e vê]
O movimento

sábado, 5 de junho de 2010

Desde uma senda

Foi algo tão denso, que me perdi varias vezes, mas algo esta aqui. E chegou porque, por um curto instante, pudemos vibrar mão e mente.

E passei a ouvir-lhe, veio sem vir. Apoiou-se nele e foi.
Correu da sua boca até minha mão e daqui até seus olhos...
Corre como segredo. Um segredo entre nós. Não visto, não declarado.
"Sai! Não te quero! Vai bem longe. Outras paragens te esperam. Zombas demasiadamente alto e forte, mas não te arriscas... Busca outros espaços. Não posso te ter. Tão pouco rever a tua face. Pois dela sou espelho. Não suporto mais. Busca outro, estás vibrando alto e já não te alcanço. Peço outro palco, outra dança. Cheguei ao ponto alto e não vejo nada. Só tu, maldita, que não me soltas as mãos, não me descobre olhos! Quero ver, quero outros olhos, outra boca... Na tua tela, cheia de cores e vazios, não há espaço. Encontra outra luz. Encontra Outro. Nessa tela desbordada, desfiada e desmedida não existe mais o vibrar..."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Boêmio

Com você verdades e mentiras vêm acompanhadas de risos.
Não explicas, semeias com olhar e colhes com beijos.
Regeneras com forte abraço.
E jainda, leva e deixa felicidade.
Vaga (o já não tão vago) amigo.
Mas se vai, volta...
Pois nossa vaga é brincar de colher sorrisos.

persona pensante

- ... somos dos... mas bem... que fazer, vamos sem direção... mas, vamos ver se vamos...pois não vale parar... estás em retiro? ou não quer ouvir falar? relaxa... se não surtas... não adianta lutar, as coisas não vão por onde queremos, mas por onde elas vão... aprende, nem tudo se pode controlar... as vidas seguem seus meandros... não adianta capinar, elas nascem sem esperar... não há códigos para tudo, um dia haverás de entender... que para achar temos que nos perder... ainda que pareça loucura, não o é... descobrir que vibrar é assim, um sem querer se rever, se reencontrar num instante perdido e achado... Não se brinca com o tempo. Ele passa por nós, e escolhe das nossas ofertas o que fica e o que vai. O ofertado é levado, para [quem sabe] um dia voltar...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

illimitatus

Borrei tudo que podia.
Só restei eu, memória ambulante de tempos.
Ser sentido.
Vagamente pensante.
Ouvinte de canções refletidas.
Persona desmascarada.
Ocultada pelas palavras mais medidas (selecionadas pelos metros menos quadrados que podemos calcular).
Sim... ainda incalculante, incalculável.
Precisamente imprecisa.
Cada lado apresenta direção simetricamente oposta ao dantes pensado.
Densa, mas leve condutora.
Quimicamente descomposta da linguagem particularmente universal dos sentidos.
Sinestesicamente formada de espaços-tempos.
D’outra Via, D’outro Sidério.
Do espaço (e do instante) que lhe cabe.
Do entremundo.
Do real refletido (... mas donde?)
(Donde se possa imaginar...)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

11:50

- Só para saber! Está me vendo?
- Sim.
- Ótimo!
- Vamos fazer nada juntos?
- Que tal assim: algumas horas, uns sorrisos...
- ... E uma vida mais leve!
- Suas observações deixam o mundo mais colorido...
- Suas imagens fazem o mundo mais significativo...
- Nós vemos, não?
- Sempre teremos esse espaço e aquele algum tempo.

(Silêncio, espera e sorrisos.)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Frase Solta III

Memória: porta-retrato útil [ e algumas vezes seletivo que possui melhoramento automático] das imagens selecionadas.

sábado, 8 de maio de 2010

Da algibeira de Entremundos

As preposições
podem mudar o mundo
.
Entre "para" e "com",
qual seria a sua escolha?

Frase solta II

Queria te dizer
muitas coisas,
mas
basta isso:
saudades.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Apontamento

Ao (Meu) poeta ... pensador,

Chamo-te assim porque na falta de uma classe te encerro momentaneamente.
Sei que não se limita a rótulos, és único a cada dia. Definitivamente feito de um silêncio perturbador. Sou tão pequena, que perto de você troco letras, abuso de palavras. E você tão você, me deixa frases condutoras... Perco-me no império do seu silêncio(às vezes hermético outras vezes indecifrável). Não te quero só para mim, não te chamarei mais “meu”, mas te darei um segundo (ou terceiro) eu. O de ser poeta, pois já és o que pensa que és, um poeta de tudo e de muitos (e será também o meu).
Aquele que escreve, lê e decifra no silêncio. Que faz do tenso silêncio um espaço para a palavra livre, numa outra dimensão,guardada. Agora eu entendo o sentir e o levar um silêncio pleno de você. É o que levo hoje dentro. Rego-me do teu silêncio para florescer (quem sabe) mais eu.

Sua Leitora

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Frase solta

Tenho tatuagens invisíveis
que só quem compôs
é que sabe
onde ficam
e que tamanho têm.

Descobrir, descoberta.

Alguns minutos depois do primeiro olhar de algumas ausências.
Com um leve inclinar por sobre aquele curto espaço é que ele vêm...
Não tinha como domar esse olhar.
Intenso.
Ladrão de segredos.
Leitor de almas.
“-Que olhar é esse?”’
“- Não sei. Esses são meus olhos.
Eles são olhos e só.”
Desvia olhar, cai ao nada, tornar a mirar.
Um meio instante.
Um meio sorriso.
Um leve passar.
“- Você tem olhar Via Láctea.”
Uma descoberta.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Diálogo de Pássaros II

- Você conhece meu repertório?
- Sim. Mas espero variações.
- As variações do silêncio??
- Não, esperei mais de você.
- ...
- ...
- Acho que não consigo te ler.
- É, acho que sim.
- Acho que precisamos entrar em fase.
- Concordo. Fato raríssimo.
- Será necessário um seqüestro astral.
- Talvez não.
- Porque “talvez não”?
- ...
- Porque “talvez não”?
- Alguém disse: “Te deixei ir para ver até onde chegavas. Não fostes nem longe nem perto. Nem em mim chegaste.”

(Silêncio profundo e um olhar demasiado.)

Diálogos de Pássaros

- Sabe, queria te entender.
- Já desisti disso: ENTENDER.
- Se pode também só amar?!
- Será?!
- Bem, muitas vezes te odeio. Me irritam muitas coisas em você.
- Um exemplo.
- Você sempre me faz ter razão.
Para não me enfrentar, silencia.
- ...
- Não disse!?!
- ...
- O que?
- ...
- Nada. Acho que falamos línguas diferentes.
- Será?! Pode até ser!
- Em que língua você me lê?
- ...

(A retórica já foi sua arte.)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Espejismo

Ocultas a lágrima corrente,
Soluçando sorrisos doloridos.
Imaginas sentimentos reais.
Cativas desejos sonhados.
Roubas o que podias ser teu.
Amas só o conhecido proximal.
Nunca permites que estrangeiro entre.
[Se descobre por negação?]

Distopia


Desejei, mas nasci em momento inexato e lugar incerto.
Tentei mudar, fazer significar, em vão.
Muitas horas depois celebrei solitária a data.
Vesti-me (mas não fui ao teatro).
Não foi servido o jantar, frio foi degustado.
Li, reli, transmutei.
Não fiz ode.

Será que existem duas telas?
Sim, são várias.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sintonia

Nesse meio tempo em que a net não funciona e em que não é possível ouvir o som da tua voz quero te dizer o quanto és importante em minha vida. Porque me fez ver que eu sou maior do que penso e passível de crescer até onde você me enxerga. Que tenho manias, repetições e histórias que só você agüenta. Que você é capaz de me ler mesmo quando não sou o melhor texto. E que nunca vai querer me escrever, mas que me fará pensar nas palavras em que poderei rascunhar. Que até teu silêncio e o som da tua respiração são sentidos como espaços de colheita da calma e da alma do que mais preciso.

Você escolheu a melhor e a mais bela forma de amar.

Por isso e pelo inaudito, Te amo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Por Mnemosine

Ela sentou e escreveu tudo que esteve sufocando-a. Não sabemos em quanto tempo se faz uma estrela, como saberemos calcular o tempo daquele coser? Movimentos internos e externos. Expansões, tensões, guerras e conquistas. Tudo saia dela, como se estivesse preso e por um segundo viesse à luz.

“Espaços vazios são necessários e angustiantes. Odeio pensar em algumas coisas ( por isso tenho memória seletiva – só não sei se consciente ou inconsciente). Adoro o branco, mas sei que linhas me lembram letras – sejam elas em que cores forem – me encanta el clásico blanco y negro. Sou essencialmente derivada, por isso o Non serviam. Queria saber pintar, porque quando me escrevo , me sangro muito. A letra se tinge das cores que levamos e vemos. Cada ponto marca um ponto entre os eus que habitam em mim.”

E foi assim: corre, salta, mergulha, escreve. Nasceu letra, cresceu palavra, vingou texto.

Ela, ser sentimental, compôs o alfabeto só para sentir compreensão.Ao fim ergue os olhos e se declara:

- Nenhum significado é fechado. Sigo luando.

Pariu quem a fazia morrer.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Passagem

Quis te represar em mim.
Mas um rio não prende outro.
Podemos, talvez, nos comportar juntos.
[Se alargarmos as margens]
Mas será, tenho dito, muito de reconstrução.
Há muita força em jogo.
Nascemos e renascemos com tudo que levamos dentro.
Carregamos caudaloso volume de nós.
Muitos atos nos definem.
Muitos desejos nos ampliam.
Assim apontamos nossos meandros.
Mas sempre iremos ao mar.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

As passadas da luta

Um encontro [quem sabe] se pode marcar. Somos nós, somos dois. Somos anoitecer e luar. Complementares? Talvez. Jamais poderemos constatar. Somos nós, somos dois a se [des]encontrar.
Nosso encontro é assim, um surto, um instante, como espuma do mar. Se conforma e furtivamente se vê desmanchar. Somos nós, somos dois. Somos arrecife e mar. Tão grandes, tão fortes, que não há minuto de não se chocar.
Somos nós, somos dois. Somos raio e mar. Se tocam, se beijam. Mas não sabem se amar... Encontros furtivos? Se pode esperar - mas quiçá um dia possamos nos amar.
Somos nós, somos dois. Encontro sem par. Podemos seguir.
Somos dois, somos nós, alguém em quem sempre buscar - o que falta e o que sobra.
Somos a busca do mar. [Que se perde em si]. Somos volta imperfeita, a escuma insatisfeita. Nós precisamos rascunhar. Somos nós, somos dois. Somos asas que desejam voar.
[Brincamos com o tempo]. Queremos ser e estar em reinos desconstruídos que tentamos remarcar...
Somos caule e espinho. Tentamos em vão declarar, qual seria o que marca o caminho para a seiva passar... Esquecemos [tontos] que não se pode separar.
A matéria [e algo mais ]nos une e nos faz recordar que só há um caminho, o de se reencontrar.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Questões do tempo



Com uma letra, um número e uns sinais mostrou-se o que se pode sentir, dizer ou escrever: que o ontem e o amanhã são relocações do hoje. Vemos então que o hoje é o ontem e o amanhã e tudo o que fazemos hoje é futuro e passado.

(Assim explicamos o fato passado, que no presente foi descrito e no futuro será lido. Será que isso da matéria? Aponta o mote. Tenta sorte, marca ou não marca, sai a frase, recorda o número. Sai a letra, assim tentamos fazer canção... )

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Pratadourada




Escrevo versos cor de céu
Entre cumulus e nimbus
Sou ser velando

Canto trovões
Entoando canções
Onde estamos? Para onde vão?

Num respiro mais fundo,
Corro e faço uma canção.
Peço a Ela, que por Ela,
Me ensine a direção

Amante polifásica
Doce espaço do dragão
Nasce, renasce e cresce
Como no mundo de ilusão.

Me faz assim, pratadourada.
Eu tenho muitas faces...
Mas não sou dona da ilusão.
[Por nós passa, igual ao tempo.
Não se foge de sua [ação.]

E é assim que um raio se faz canção.
Perdida em notas
Deixamos apenas a impressão
que ele brota de um encontro,
de uma tensão
E se mostra espraiado
Na pratadourada imensidão.

domingo, 21 de março de 2010

Ao Ocluso Ser

Tenho flores nas mãos...
Tenho tudo que elas podem ter:
Espinhos e Pétalas.

Tenho flores nas mãos...
Tenho um corte na alma.
Crescem ai as flores rubras...

Tenho flores nas mãos...
Tenho uma tinta para uma tela!
Mas não tenho nada a desenhar...

Só tenho letras, cortes do ar,
Que desejam sair, quando quero não mais entrar...
Tenho flores, palavras e alguma canção...
Tanto tenho, tenho tanto.

Todo tato, tateia a alma...
Tanto tato, tanto canto...

Tenho flores, palavras e alguma canção...
Flores, tenho nas mãos...
Palavras, tenho na carne...
Canção, tenho na alma...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Repertum

Repertum





É mistério e segredo,


Mas não tenha medo.





Não existe nenhum labirinto.


E te tenho dito


Que existem portas


As de entrar


As de sair





É um pouco mistério.


Chaves não se dizem.


Se sentem.


As tens.


Usas o segredo,


Mas não sentes.