Sou (da) linguagem
Sou (do) verso
Via precisa
de destino incerto.
Mas [hoje] vou de foto.
Outra grafia.
De diversa linguagem
estranho reflexo
dura cromia
de luz-texto
terça-feira, 19 de agosto de 2014
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Um café com verdades
Hoje lhe procuro, não para respostas ou indagações ... Só mesmo para saber se tem algo a dizer.
O que queria dizer... e que lhe digo: sinto sua falta. Você, se quisesse faria parte de algo que construí para nós. Não se trata de algo a dois... se é que já houve um dois. Mas sim de alguém que queria por perto.
Um dia lhe direi, ou talvez nunca, pelas tantas cartas e poesias não audíveis que falo e escrevo:
hoje sei que você é uma boa parte de mim. Tudo que lhe reclamava, de certo, em mim saltava aos olhos como algo tão íntimo.
Queria compartilhar datas, se acaso tivesse espaço. Queria ter vivenciado mais a sua presença, o seu riso solto e debochado, o seu caminhar entre seguro e vacilante. De certo, tenho muitas coisas para lhe dizer, uma delas é que lhe amei. Não tive coragem de viver esse amor ou então não era o tempo dele.
Desculpa não ter ligado aquela vez, quando estava de viajem e num golpe do destino você me encontrou, (ou a coragem te encontrou,ou algo que não sei) e me ligou no meio da tarde, estava entre a faculdade e o hotel em outro estado. Um barulho danado, e quase não lhe ouvia bem, eu , com tantas coisas na cabeça. Querendo mudar tudo. Queria mudar de mim...
Você nem sabe, mas eu tinha que lhe dizer tudo isto.... Para poder seguir, sem lhe querer mais como antes... Tanta coisa mudou. Eu queria que você estivesse aqui. Não ao meu lado, como par. Mas que pudesse te ligar. Falar onde fui, se voltei, que quebrei a cara... E te perguntar e agora, que faco com isto?
Quando fui quase dada pela tristeza convicta, queria o seu abraço desconcertado. O seu sorriso calado, mas não tive nada. Lhe entendo, ou melhor, não lhe entendo. E aprendi, assim mesmo, a amar. Um amor silencioso. Já fui para fora do pais. Tive contas só minhas. Falei com bichos estranhos. Tomei porres (não tão porres) de vinho. Vi praças lindas e, de sorte, não encontrei o mesmo frio que você me deu. Ainda que tenha congelado naquela estação perdida entre o centro e a escola.
Eu entendi que ficou para trás. Que nunca houve um nós. Só alguém que ama alguém e que acabou. Mas não me arrependo de nada. Faria quase tudo de novo. Enquanto rodam os cafés, as memórias são passadas... Hoje só queria encontrar-lhe, escutar-lhe. Saber de você, sem mais. Saber do seu tempo, mas acho que o tempo já se leva longe demais. Onde não estou, esse é o seu lugar. Ainda que a vida tente nos fazer encontrar e que só você me veja ou só eu lhe veja. Nunca vemos um ao outro. Quantas cenas serão feitas? Nem sei. Acreditamos em várias vidas. Tomamos banhos de chuva. Encantamos noites. Declaro saudade disto, do vazio que fazes. O que não consigo mais é arrumar só essas palavras soltas, este pensamento perdido, que lhe acha escondido nas entrelinhas da vida.
Não sei, mas sinto que algo mudou. Mas algo também está ai.
O modo repleto de perguntas e respostas, o estilo contido diante da vida.
Na verdade dei por finda esta coisa de "silêncios". Agora quero começar do novo de novo. Voltemos ao ponto de partida. Só queria dizer que você faz parte de minha vida, não posso te deixar para o passado. Queiras ou não somos flor, daquele jardim, e de Cecília.
O modo repleto de perguntas e respostas, o estilo contido diante da vida.
Na verdade dei por finda esta coisa de "silêncios". Agora quero começar do novo de novo. Voltemos ao ponto de partida. Só queria dizer que você faz parte de minha vida, não posso te deixar para o passado. Queiras ou não somos flor, daquele jardim, e de Cecília.
Não preciso dizer, você já sabe.
Beijos
(Quando cheguei ao café encontrei tal texto dobrado ao lado do açúcar. De tão doce, só peguei um ristretto para completar a noite. Consegui ler o cortado, e, como se fosse verdade, meu ristretto virou cortado.)
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Cartografia
"E quando se perde o tempo
Se acha o lugar"
Neste descompasso
entre ser e estar
estado e projeto
segue o ditado presente
Cartas ao mar
não vejo onde levar o pensamento
Cartas ao mar
Pensamento ao vento
Se acha o lugar"
Neste descompasso
entre ser e estar
estado e projeto
segue o ditado presente
Cartas ao mar
não vejo onde levar o pensamento
Cartas ao mar
Pensamento ao vento
sábado, 9 de agosto de 2014
{ coisa de poeta, esse ser de lua}
Essa mania de ser nuvem
Ver verso
Ter de perto o sentindo
Me faz calendário
sem fuso
sem traço
me deixa gauche
diante de tudo
Nos olhos de criança
vejo a dança d'estrelas
Tudo, e meio mundo
se balança
no cometa
-traço do verso-
que saiu de perto
do seio
desta
indigesta
poeta
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
do- mi- fa, notas para notar
dialogos vazios de ar
nos tomaram tudo?
até os pontos se foram
e agora?
nem josé sabe.
Não teve nota que cobrisse
quanto nós nos demos nós
até o beijo?
nós cego
nós vistos
nós sentidos
pontos cegos
pontos vistos
pontos dados
e tudo ficou como um recado para o futuro
nos tomaram tudo?
até os pontos se foram
e agora?
nem josé sabe.
Não teve nota que cobrisse
quanto nós nos demos nós
até o beijo?
nós cego
nós vistos
nós sentidos
pontos cegos
pontos vistos
pontos dados
e tudo ficou como um recado para o futuro
reverso anagrama
esse teu silêncio
que não tem jeito
nasceu
d'um peito já marcado
amor acentuado de três letras
já plantado
anagrama perfeito
não me enganas
levas no peito
uma chama
nasceu
sou
de efeito o verso que cala a canção
mas a rima, não finda,
ainda que toques em outra nota
ainda resta um verso então
sou das letras a que segue
não temo o refrão
que não tem jeito
nasceu
d'um peito já marcado
amor acentuado de três letras
já plantado
anagrama perfeito
não me enganas
levas no peito
uma chama
nasceu
sou
de efeito o verso que cala a canção
mas a rima, não finda,
ainda que toques em outra nota
ainda resta um verso então
sou das letras a que segue
não temo o refrão
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