segunda-feira, 12 de abril de 2010

As passadas da luta

Um encontro [quem sabe] se pode marcar. Somos nós, somos dois. Somos anoitecer e luar. Complementares? Talvez. Jamais poderemos constatar. Somos nós, somos dois a se [des]encontrar.
Nosso encontro é assim, um surto, um instante, como espuma do mar. Se conforma e furtivamente se vê desmanchar. Somos nós, somos dois. Somos arrecife e mar. Tão grandes, tão fortes, que não há minuto de não se chocar.
Somos nós, somos dois. Somos raio e mar. Se tocam, se beijam. Mas não sabem se amar... Encontros furtivos? Se pode esperar - mas quiçá um dia possamos nos amar.
Somos nós, somos dois. Encontro sem par. Podemos seguir.
Somos dois, somos nós, alguém em quem sempre buscar - o que falta e o que sobra.
Somos a busca do mar. [Que se perde em si]. Somos volta imperfeita, a escuma insatisfeita. Nós precisamos rascunhar. Somos nós, somos dois. Somos asas que desejam voar.
[Brincamos com o tempo]. Queremos ser e estar em reinos desconstruídos que tentamos remarcar...
Somos caule e espinho. Tentamos em vão declarar, qual seria o que marca o caminho para a seiva passar... Esquecemos [tontos] que não se pode separar.
A matéria [e algo mais ]nos une e nos faz recordar que só há um caminho, o de se reencontrar.

2 comentários:

Alisson da Hora disse...

Parabéns...estava demorando tanto...

Cristiane Lucia da Silva disse...

Fui descrita em algumas partes deste poema.
Amei!!!!