segunda-feira, 19 de abril de 2010

Por Mnemosine

Ela sentou e escreveu tudo que esteve sufocando-a. Não sabemos em quanto tempo se faz uma estrela, como saberemos calcular o tempo daquele coser? Movimentos internos e externos. Expansões, tensões, guerras e conquistas. Tudo saia dela, como se estivesse preso e por um segundo viesse à luz.

“Espaços vazios são necessários e angustiantes. Odeio pensar em algumas coisas ( por isso tenho memória seletiva – só não sei se consciente ou inconsciente). Adoro o branco, mas sei que linhas me lembram letras – sejam elas em que cores forem – me encanta el clásico blanco y negro. Sou essencialmente derivada, por isso o Non serviam. Queria saber pintar, porque quando me escrevo , me sangro muito. A letra se tinge das cores que levamos e vemos. Cada ponto marca um ponto entre os eus que habitam em mim.”

E foi assim: corre, salta, mergulha, escreve. Nasceu letra, cresceu palavra, vingou texto.

Ela, ser sentimental, compôs o alfabeto só para sentir compreensão.Ao fim ergue os olhos e se declara:

- Nenhum significado é fechado. Sigo luando.

Pariu quem a fazia morrer.

Nenhum comentário: