domingo, 26 de dezembro de 2010
Frase Solta X
O que é cercado pelo coração nunca anda solto.
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domingo, 19 de dezembro de 2010
pós-bale
Nunca peça a ninguém para realizar seus sonhos, seus planejamentos podem ser diferentes, ainda que os sonhos sejam os mesmos.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Matéria de Canto
(quatro mãos, algumas telas e teclas)
poeta dorme
e acorda
na derme aflora
e sai
versos que vão e vem
poeta rica
sabe que sim
e sabe bem
que por onde vai
significa
Por Múcio Góes e Eri
poeta dorme
e acorda
na derme aflora
e sai
versos que vão e vem
poeta rica
sabe que sim
e sabe bem
que por onde vai
significa
Por Múcio Góes e Eri
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Frase Solta IX
É preciso tomar do silêncio as palavras mais macias para acariciar as cicatrizes mais fortes.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Sina
Tudo que enche um dia voltará a secar.
[Igual que o mar]
Essa é a lei de estar.
Temos que
renovar
Replanejar
retornar
Refazer
reviver
Resignificar
[Igual que o mar]
Essa é a lei de estar.
Temos que
renovar
Replanejar
retornar
Refazer
reviver
Resignificar
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Sobre baronesas
- Sabes?
- O que?
- Que quando elas aparecem, há algo de errado. Que logo se sanará...
- Sim.
- E o que fazer?
- Queria falar algo... Não sei.
- E?
- Tinha apoiado umas palavras... mas já era.
- Nada? Nenhuma imagem?
- Tinha um verso? Ou algo?
- Tinha.
- ...
- Que faço?!
- Nada.
- Ah... A voz dele não me sai da cabeça...
- De quem?
- Dele. Foi ele, com sua voz e palavra, que me fez ver ... Criou em mim essa imagem.
- E mais nada?
- É. Passei e o ouvi, secretamente, em minha mente: “As águas estão sujas. Por isso estão ai.”
Um leve sorriso. E a felicidade de ter compartilhado algo, tão simplesmente profundo que o fez ver que mesmo quando algo não vai bem, se pode tentar mudar sinalizando da melhor forma. Como se pode responder bem, ainda que tudo não esteja bem. Responder com flores, sempre.
- O que?
- Que quando elas aparecem, há algo de errado. Que logo se sanará...
- Sim.
- E o que fazer?
- Queria falar algo... Não sei.
- E?
- Tinha apoiado umas palavras... mas já era.
- Nada? Nenhuma imagem?
- Tinha um verso? Ou algo?
- Tinha.
- ...
- Que faço?!
- Nada.
- Ah... A voz dele não me sai da cabeça...
- De quem?
- Dele. Foi ele, com sua voz e palavra, que me fez ver ... Criou em mim essa imagem.
- E mais nada?
- É. Passei e o ouvi, secretamente, em minha mente: “As águas estão sujas. Por isso estão ai.”
Um leve sorriso. E a felicidade de ter compartilhado algo, tão simplesmente profundo que o fez ver que mesmo quando algo não vai bem, se pode tentar mudar sinalizando da melhor forma. Como se pode responder bem, ainda que tudo não esteja bem. Responder com flores, sempre.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Sem imagem.
- Mas... não me sai dos olhos!
Eles.
Tão namoradamente eles.
Juntos.
Postos.
Chegados.
Na relva ribeirinha.
[poluidamente ribeirinha]
[de uma veneza tropical escaldante]
[Ele docemente verde, ela marcadamente vermelha.]
Mas, ainda assim, Eles.
Ela feita,Ele também.
Ele colhido. Ela escolhida.
Mas, ainda assim, Eles.
Tão namoradamente eles.
Juntos.
Postos.
Chegados...
Ladeados de si.
Coca e Coco.
Coco e Coca.
Presentes:
a câmera de olhos.
a memória do pensamento.
Ps.:
sombras duras registradas numa mente cansada.
[...]
Eles.
Tão namoradamente eles.
Juntos.
Postos.
Chegados.
Na relva ribeirinha.
[poluidamente ribeirinha]
[de uma veneza tropical escaldante]
[Ele docemente verde, ela marcadamente vermelha.]
Mas, ainda assim, Eles.
Ela feita,Ele também.
Ele colhido. Ela escolhida.
Mas, ainda assim, Eles.
Tão namoradamente eles.
Juntos.
Postos.
Chegados...
Ladeados de si.
Coca e Coco.
Coco e Coca.
Presentes:
a câmera de olhos.
a memória do pensamento.
Ps.:
sombras duras registradas numa mente cansada.
[...]
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Frase Solta VIII
Utopia: possibilidade de caminhar sob um chão de estrelas.
({[Felicidade é poder escolher o seu caminho. Seja ele qual for.]})
({[Felicidade é poder escolher o seu caminho. Seja ele qual for.]})
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Oculum
Angularmente
Posto sobre nós...
Em raro fazer de contemplação
É que miras
O de dentro
Fora
O de fora
Dentro
Levarias
[E levas]
Luz
Ar
Energia
Um transpassar
[Mistério e Magia]
Me pede[m] passagem
Podemos transpassar-lhe[s]
E levas
O de fora
Dentro
O de dentro
Fora
É raro o fazer da contemplação
Contemplemos angularmente
Miremos então...
Posto sobre nós...
Em raro fazer de contemplação
É que miras
O de dentro
Fora
O de fora
Dentro
Levarias
[E levas]
Luz
Ar
Energia
Um transpassar
[Mistério e Magia]
Me pede[m] passagem
Podemos transpassar-lhe[s]
E levas
O de fora
Dentro
O de dentro
Fora
É raro o fazer da contemplação
Contemplemos angularmente
Miremos então...
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Sobre o i
Não há duvidar
Que as unidades
São maiores que o imaginar
Que as unidades
São maiores que o imaginar
Não me venha
Com anos
Com meses
Com dias
Com horas
Com meses
Com dias
Com horas
Quero as vidas
Moduladas
Modulantes
Moduladas
Modulantes
Quero o módulo imaginar
Quero voltar ao número imaginário
Aquele i
[muitas vezes arbitrário]
[muitas vezes arbitrário]
Que tornou o real mais inventado
Não há dúvida:
Há unidades
Há maiores que i
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sábado, 2 de outubro de 2010
E sabes?
[Não] se pode suspender o tempo
[Não] sabes o tempo
[Não] marco o marco de dentro
[Não] tenho o tempo
[Não] me leva agora
[Não] me faça hora
[Não] há suspensão:
Ou vivemos ou [Não]
[Não] há o que esperar
[Não] se pode voltar
[Não] posso suspender o tempo
[Não] marco o marco de dentro
[Não] tenho o tempo
E brincas com as areias do tempo...
Brincantes d'um espaço-tempo...
[Não] sabes o tempo
[Não] marco o marco de dentro
[Não] tenho o tempo
[Não] me leva agora
[Não] me faça hora
[Não] há suspensão:
Ou vivemos ou [Não]
[Não] há o que esperar
[Não] se pode voltar
[Não] posso suspender o tempo
[Não] marco o marco de dentro
[Não] tenho o tempo
E brincas com as areias do tempo...
Brincantes d'um espaço-tempo...
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Sob o tablado e seus espaços
É tarde.
E arde.
Se marca [o passo]
Se marcam [as páginas]
Dessa entrançada ação.
Sem direção geral
Com co-autores
De atos distintos
Nos entreatos
Marcamos a peça
Que propõe
O destino
O desatino
[Por nós]
Dos desalinhos
[sob nós]
D’um dual
Duelo.
E arde.
Se marca [o passo]
Se marcam [as páginas]
Dessa entrançada ação.
Sem direção geral
Com co-autores
De atos distintos
Nos entreatos
Marcamos a peça
Que propõe
O destino
O desatino
[Por nós]
Dos desalinhos
[sob nós]
D’um dual
Duelo.
hogar
As letras de seu nome
Não me saem da cabeça
Quem é você?
Ser [des]conhecido
Que habita essa anima
Parte [também] de um animus
Não me entenda agora.
Venha numa outra hora.
A hora que nos cabe para estar contigo.
Amante ser reconhecido.
Um dia, estaremos reunidos.
Aconchego terá no vibrar,
desse hogar.
Não me saem da cabeça
Quem é você?
Ser [des]conhecido
Que habita essa anima
Parte [também] de um animus
Não me entenda agora.
Venha numa outra hora.
A hora que nos cabe para estar contigo.
Amante ser reconhecido.
Um dia, estaremos reunidos.
Aconchego terá no vibrar,
desse hogar.
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Das Noites futuras
{Para você que esteve aqui}
Corremos disfarçadamente
[ Não se abraça o mar.]
Correntes invisíveis
[Não se -a-prende o amar]
Correntezas ocultas
[ Abarcaremos o mar.]
Corridas involuntárias
[Abalizaremos o Amar]
Correndo entre o espaço
de personas latentes
no nosso curto espaço
nos passamos rente
Não nos ferimos
Só levamos a frente
O que aprendemos a ser
Não concorremos
Somos personas latentes
Vamos de eu ao tu
Somos uma a outra rente
Só nos levamos à frente.
Estamos grau à cima.
Corremos disfarçadamente
Passamos à cima
Correntes invisíveis
Passamos à frente
Correntezas ocultas
Passamos rente
Ainda que não tão meninas...
Corremos disfarçadamente
[ Não se abraça o mar.]
Correntes invisíveis
[Não se -a-prende o amar]
Correntezas ocultas
[ Abarcaremos o mar.]
Corridas involuntárias
[Abalizaremos o Amar]
Correndo entre o espaço
de personas latentes
no nosso curto espaço
nos passamos rente
Não nos ferimos
Só levamos a frente
O que aprendemos a ser
Não concorremos
Somos personas latentes
Vamos de eu ao tu
Somos uma a outra rente
Só nos levamos à frente.
Estamos grau à cima.
Corremos disfarçadamente
Passamos à cima
Correntes invisíveis
Passamos à frente
Correntezas ocultas
Passamos rente
Ainda que não tão meninas...
Laço
falando em conter
as águas do tempo
transpassaram
o ver
o ser
o ter
e tudo é tema
Na barca do tempo
[ Não se abraça o mar.]
Mas quantos abraços até você?
Quantos braços para te encontrar?
Ser que não
Se pode
Ver ou Ter.
As águas do tempo
Transpassarão
e tudo será tema
até chegar
Ao arrecife de teu abraço
E somente
Alguns braços
separarão
De teu litoral
E literal
Laço.
as águas do tempo
transpassaram
o ver
o ser
o ter
e tudo é tema
Na barca do tempo
[ Não se abraça o mar.]
Mas quantos abraços até você?
Quantos braços para te encontrar?
Ser que não
Se pode
Ver ou Ter.
As águas do tempo
Transpassarão
e tudo será tema
até chegar
Ao arrecife de teu abraço
E somente
Alguns braços
separarão
De teu litoral
E literal
Laço.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
reversus
Descobrir verbos
Descontrair versos
Despontar noites
De linhas retorcidas
De nomes reversos
De lutas inversas
Descobrindo versos
Descontraindo verbos
De inversos reversos
De inversos nomes
De noites retorcidas
Despontam linhas
Descoberto verbo
Desencontrado o verso
Dá-se então
A sentipensante ação.
[ Dou-me: - re - versão ]
Descontrair versos
Despontar noites
De linhas retorcidas
De nomes reversos
De lutas inversas
Descobrindo versos
Descontraindo verbos
De inversos reversos
De inversos nomes
De noites retorcidas
Despontam linhas
Descoberto verbo
Desencontrado o verso
Dá-se então
A sentipensante ação.
[ Dou-me: - re - versão ]
domingo, 12 de setembro de 2010
Sobre Amores
Nessas Histórias não existem ganhador e perdedor
Se trata apenas de saber para onde voltar
Quando necessário for
Isso sim, de verdade, é Amor.
Se trata apenas de saber para onde voltar
Quando necessário for
Isso sim, de verdade, é Amor.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Considerações sobre o Tempo
Não podemos muita coisa com o tempo...
Mas dizemos [não tão veladamente]
que
"Perdemos"
"Enganamos"
"Passamos"
"Esquecemos"
Palavreamos o tempo.
Conjugamos o tempo e ele nos conjuga.
Ele nos cativa
em suas circulares histórias
em suas dançantes lanças
Desencontradamente esperamos aquele instante
[Num outro átimo marcado]
Para escolher viver
Mas
Não sabemos nós
que o tempo de viver é esse:
O presente.
Esse é o nosso ponto, o da estada
[em suas múltiplas estradas]
Ele é o nosso aliado, conjugador e campainha.
[Nas sendas do viver]
Mas dizemos [não tão veladamente]
que
"Perdemos"
"Enganamos"
"Passamos"
"Esquecemos"
Palavreamos o tempo.
Conjugamos o tempo e ele nos conjuga.
Ele nos cativa
em suas circulares histórias
em suas dançantes lanças
Desencontradamente esperamos aquele instante
[Num outro átimo marcado]
Para escolher viver
Mas
Não sabemos nós
que o tempo de viver é esse:
O presente.
Esse é o nosso ponto, o da estada
[em suas múltiplas estradas]
Ele é o nosso aliado, conjugador e campainha.
[Nas sendas do viver]
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
De Saída
Simples
Complicada
Essa coisa de estar
não se trata
de tudo
ou nada
Mas de saber ter
[o que se precisa]
do estar
Somente se pode ter
o que não se pode levar:
O Instante.
Complicada
Essa coisa de estar
não se trata
de tudo
ou nada
Mas de saber ter
[o que se precisa]
do estar
Somente se pode ter
o que não se pode levar:
O Instante.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Música de estrellas
Queria cantar algo
Mas aqueles risos
Roubaram o canto
Restou silêncio sentido
De palavras já ditas
De olhos já vistos
De toque já ido
Queria cantar algo
Mas faltam os sentidos
Mas aqueles risos
Roubaram o canto
Restou silêncio sentido
De palavras já ditas
De olhos já vistos
De toque já ido
Queria cantar algo
Mas faltam os sentidos
sábado, 21 de agosto de 2010
SOBRE AS RETAS E O CAFÉ
Infinitos Pontos
Infinitas Retas
Levam-nos co-planejar
Como será esse objeto
Segmentos Consecutivos
De um [re]pensar
[De]linear
Por pontos
É o demonstrar
Transversal particular
Dos alternos externos
Em outros planos
Sobriamente perpendiculares
Noutros tão encontradamente
Colaterais
Doutros espaços alternos,
Busca-se encontrar
Pois se procura o opostamente eqüidistante
Momento de estar.
Infinitas Retas
Levam-nos co-planejar
Como será esse objeto
Segmentos Consecutivos
De um [re]pensar
[De]linear
Por pontos
É o demonstrar
Transversal particular
Dos alternos externos
Em outros planos
Sobriamente perpendiculares
Noutros tão encontradamente
Colaterais
Doutros espaços alternos,
Busca-se encontrar
Pois se procura o opostamente eqüidistante
Momento de estar.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Traçado
Se ferve uma verve
O ousar é não usar
O manual desdesenhado
[rótulo desmarcado]
Marcamos o marcado quadrante
usar-ousar-pulsar
Uma verve ferve
Ousando usar a desdesenhada palavra
O corpo são
A alma habitada
E a sensação
De que tudo e nada
Marca e remarca
Fia e desfia
Essa camada
Do tecelão
O ousar é não usar
O manual desdesenhado
[rótulo desmarcado]
Marcamos o marcado quadrante
usar-ousar-pulsar
Uma verve ferve
Ousando usar a desdesenhada palavra
O corpo são
A alma habitada
E a sensação
De que tudo e nada
Marca e remarca
Fia e desfia
Essa camada
Do tecelão
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Festival de quadra hiemal
Durante um tempo defendi
Letras que pareciam ser minhas
Ando fazendo novas letras
Com velhas mãos
Sigo a vida
Ritmista
De tecedores
sãos
Letras que pareciam ser minhas
Ando fazendo novas letras
Com velhas mãos
Sigo a vida
Ritmista
De tecedores
sãos
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Da esquina estada
Por roubar risos
De rosas
Serei aprisionado?
Esse [Re]Sentido Oficio
Leva
Descompassado soldado
Vivente do Entre
Da contemplação
Sem explicação
Da esquina estada
De rosas
Serei aprisionado?
Esse [Re]Sentido Oficio
Leva
Descompassado soldado
Vivente do Entre
Da contemplação
Sem explicação
Da esquina estada
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
Pela força do gesto
As verdades plataram um pé de agonia na fantasia.
Não deixe nada atrapalhar o jardim.
Nem as palavras, nem as contas, nem os fatos ou os atos.
[...]
Cativar e Cultivar: verbos para um [belo] jardim.
Não deixe nada atrapalhar o jardim.
Nem as palavras, nem as contas, nem os fatos ou os atos.
[...]
Cativar e Cultivar: verbos para um [belo] jardim.
domingo, 8 de agosto de 2010
Quereres
Quero
me perder no verso
da linha do teu olhar
pois me desenhas livre
Quero
me ver seguindo teus sinais
para trilhar o caminho
dos teus lábios
Quero
me encontrar perdida
no laberinto de teus passos
Quero
o doce tecer
das tuas palavras encarnadas
Quero
o desfazer
e a refazenda
das canções
que fazes
brotar
nesse peito
com o defeito
[o grave defeito]
[o de sentir emoção]
me perder no verso
da linha do teu olhar
pois me desenhas livre
Quero
me ver seguindo teus sinais
para trilhar o caminho
dos teus lábios
Quero
me encontrar perdida
no laberinto de teus passos
Quero
o doce tecer
das tuas palavras encarnadas
Quero
o desfazer
e a refazenda
das canções
que fazes
brotar
nesse peito
com o defeito
[o grave defeito]
[o de sentir emoção]
Atentando o mar
Para perfumar o mar
não deixo marcas
só aquelas de saudades
que nem sei se são
marcas ou notas
que descomprimem
um coração
de outro coração
ao encontrar
a mesma vibração
não deixo marcas
só aquelas de saudades
que nem sei se são
marcas ou notas
que descomprimem
um coração
de outro coração
ao encontrar
a mesma vibração
Diálogo de baile
- Dança comigo?
- Sim.
- Quais são teus passos?
- Só de tocar-me, sentiras como se deve levar.
- Qual é teu ritmo?
- Nem sei, vai do dia.
- E você, o que prefere?
- Gosto de sentir a música em suas imagens...
- Humm...
- Sabia que cada som tem uma imagem...
- ... que o corpo reproduz em baile...
- Sim, cada acorde é um “acordo” para movimentar o corpo.
- Concordo! Mas, como fazer um acorde soar em dois?
Pois assim vamos dançar, a dois?!
- Temos que sentir em três fases... nos ligar em três fases...
- Nossa!
- Então, vamos dançar?
- É o seu desejo?
- Sim.
- Já era o meu então...
- Mas onde e como?
- Chegará o nosso dia. Com ou sem nossa permissão.
- Sim.
- Quais são teus passos?
- Só de tocar-me, sentiras como se deve levar.
- Qual é teu ritmo?
- Nem sei, vai do dia.
- E você, o que prefere?
- Gosto de sentir a música em suas imagens...
- Humm...
- Sabia que cada som tem uma imagem...
- ... que o corpo reproduz em baile...
- Sim, cada acorde é um “acordo” para movimentar o corpo.
- Concordo! Mas, como fazer um acorde soar em dois?
Pois assim vamos dançar, a dois?!
- Temos que sentir em três fases... nos ligar em três fases...
- Nossa!
- Então, vamos dançar?
- É o seu desejo?
- Sim.
- Já era o meu então...
- Mas onde e como?
- Chegará o nosso dia. Com ou sem nossa permissão.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
ἐπιτάφιος
Na forma da letra
[Se desenforma]
E tenta sair canção
Cai lenta
[A memória ]
D'onde tirar papel e letras
Para anotar
sua entonação?
Vela.
Velas pra Ela.
Foi impressa no papel de ilusão.
E notícia se busca.
E vozes escuta.
E vela ela.
E vela então.
Navega Ela, no papel da ilusão.
ela vela Ela então.
Aqui se vela.
[E se vai Ela.]
Fica apenas
uma ilusão
A de vagar [devagar]
Na ampla imensidão
Do papel da ilusão
Divaga
Devagar
Aquela canção
[Se desenforma]
E tenta sair canção
Cai lenta
[A memória ]
D'onde tirar papel e letras
Para anotar
sua entonação?
Vela.
Velas pra Ela.
Foi impressa no papel de ilusão.
E notícia se busca.
E vozes escuta.
E vela ela.
E vela então.
Navega Ela, no papel da ilusão.
ela vela Ela então.
Aqui se vela.
[E se vai Ela.]
Fica apenas
uma ilusão
A de vagar [devagar]
Na ampla imensidão
Do papel da ilusão
Divaga
Devagar
Aquela canção
Frase Solta VI
Desenformando: Sempre [e de alguma forma] os mesmos olhos podem ver de diferentes formas as mesmas formas.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Quando longe é perto...
Podemos amar por palavras, por olhares e por mais eteceteras que alguns tais podem imaginar...
ser-nós-mesmo
o melhor de nós
é ser um nós
singular
Um nós com nós
que não deixam de estar
mesmo quando não
estão
pois
as estadas
e as estradas
virão
mas
o que nos une
é um singular nós
sinteticamente
plural
sem posse
pois para ser
não é preciso estar
basta ser
sendo
é ser um nós
singular
Um nós com nós
que não deixam de estar
mesmo quando não
estão
pois
as estadas
e as estradas
virão
mas
o que nos une
é um singular nós
sinteticamente
plural
sem posse
pois para ser
não é preciso estar
basta ser
sendo
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Música
Cantei
Ao alto do teu coração
Uma canção
Repara e escuta
Canta-me então
Que sou partitura
Em escansão
Ao alto do teu coração
Uma canção
Repara e escuta
Canta-me então
Que sou partitura
Em escansão
Movimento
Tua arte
De doar-te
Ao meu sentir
[é impar]
Tu repartes em versos
De olhar e ver
[o meu vibrar]
Tu fazes parte
Dessa arte
[de sorrir]
Dessa minha arte
Es parte
D’arte de viver e de sentir
[Vibro]
Dentro da tua arte
Doar-te
Doar-me
É um verdadeiro devir
domingo, 1 de agosto de 2010
Regresso
O peito inflama
A vida chama
Mas não há trama
De desenredar canção
E corre o verso
Egresso
D'uma rendição
A vida chama
Mas não há trama
De desenredar canção
E corre o verso
Egresso
D'uma rendição
O Ecoado Silêncio

Ao voltar os olhos para baixou deixou marcada a hora. Aquela era a hora do silêncio. Era isso que já sabia reconhecer depois desse pouco tempo. Parou, sorriu lentamente e abaixou os olhos como que gritando pelo silêncio. Silenciou com um sorriso e um olhar.
Por onde marcar essa linha tão circular? Buscava um silêncio distinto. Buscava o singular. Estavam no plural. E já era sentida a hora. A hora arrepiava-lhe solenemente a nuca indicando uma esperada surpresa.
- Que fazer? Como fazer parar?
Foi ai que se lembrou.
- O olhar.
E se deu descaradamente a ressaca dos mares, como sem querer baixou os olhos e levantou a guarda. O silêncio, amigo querido, voltou a imperar.
Mais uma vez, por murmúrios, tentou-lhe falar. Mas que nada. Com seu leve passar por um canto de olhar deixou inclinado o rosto. E tornou a respirar.
- Não quero palavras. Quero o silêncio. O silêncio repleto de pensar.
As palavras turvas fizeram-lhe levitar pelas correntes de ar. E tornou-se sopro de silêncio, corrente de ar.
A ressaca dos mares ecoou o silêncio. O silêncio de estar.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Chaves
Com você
Por você
Para você
São
Que essas linhas
Libertaram-se
E viraram ar
Para dar volta ao mundo
E cair sem querer
Em seu ler
E acariciar o seu olhar
Por você
Para você
São
Que essas linhas
Libertaram-se
E viraram ar
Para dar volta ao mundo
E cair sem querer
Em seu ler
E acariciar o seu olhar
o poema do poema
Chegando mais perto
pude verte
ver de perto
o verde
de teus olhos
e ver
um canteiro desenhado
são seus olhos
de um oliva
docemente colocado
no teu rosto
para ajudar a leveza do teu sorriso
a fluir
e encontrar a sua leveza de estar
e ser
pude verte
ver de perto
o verde
de teus olhos
e ver
um canteiro desenhado
são seus olhos
de um oliva
docemente colocado
no teu rosto
para ajudar a leveza do teu sorriso
a fluir
e encontrar a sua leveza de estar
e ser
Canteiros
Dentro do tempo
Pude brincar
E ver de perto
[teu desenho]
Fazendo da tua cor
Um canteiro [de estar]
Fazendo do teu silêncio
Espaço de contemplação
Fazendo do teu olhar
Carinho na memória dos sentidos
Dentro do tempo
Brincamos.
Pude brincar
E ver de perto
[teu desenho]
Fazendo da tua cor
Um canteiro [de estar]
Fazendo do teu silêncio
Espaço de contemplação
Fazendo do teu olhar
Carinho na memória dos sentidos
Dentro do tempo
Brincamos.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Desejo
Teu silêncio sorrido
Espero encontrar
Quando outra vez
Te volte a mirar
Olvide o sal em gota
E sinta o doce vibrar
De ser você
Espero encontrar
Quando outra vez
Te volte a mirar
Olvide o sal em gota
E sinta o doce vibrar
De ser você
terça-feira, 27 de julho de 2010
Correntes do além-mar
Não se suspende nada que não se possa domar.
Não se doma ondas. As acompanhamos ao passar.
Vamos com elas.
Nosso destino é a praia.
Mas em que lugar? No lugar de quebrar.
De entrar no grão d’areia, para tentar-lhe levar.
Levar para trazer.
Trazer para lembrar.
Lembrar que podemos passar, mas nunca sem deixar um pouco de nós. [Pois não sabemos que tudo que vai volta, igual onda do mar... ].
Voltar num novelho estar. Mas nunca saberemos ao certo onde poderemos nos reencontrar... Um dia o fizemos e depois refaremos...
Contudo assim será: nos recolheremos um pouco menos nós e um pouco mais os outros.
As águas dos rios correm para o mar...
Como passamos uns pelos outros...
Levando e deixando
É essa a não exata fórmula de aprender a passar
[Carregando no seio o igual e o diferente]
É que aprendemos a ser riomar, a rimar e a amar...
Tudo é um leve ciclo de passar.
Não se doma ondas. As acompanhamos ao passar.
Vamos com elas.
Nosso destino é a praia.
Mas em que lugar? No lugar de quebrar.
De entrar no grão d’areia, para tentar-lhe levar.
Levar para trazer.
Trazer para lembrar.
Lembrar que podemos passar, mas nunca sem deixar um pouco de nós. [Pois não sabemos que tudo que vai volta, igual onda do mar... ].
Voltar num novelho estar. Mas nunca saberemos ao certo onde poderemos nos reencontrar... Um dia o fizemos e depois refaremos...
Contudo assim será: nos recolheremos um pouco menos nós e um pouco mais os outros.
As águas dos rios correm para o mar...
Como passamos uns pelos outros...
Levando e deixando
É essa a não exata fórmula de aprender a passar
[Carregando no seio o igual e o diferente]
É que aprendemos a ser riomar, a rimar e a amar...
Tudo é um leve ciclo de passar.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Das Missivas
Não há porque entregar as cartas em ordem [colocar as cartas em ordem só nos faria criar uma nova história] e sempre achei melhor brincar de embaralhar. Mas ainda se escrevem cartas? Nem sei... Mas há ainda quem ame. Quem ama rabisca. Fere de leve a tela e sela na aquarela uma nova letra de sentir.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Conversa
saíram estas palavras
ao sensível
nem sei se
as procuro
ou se vêm
correndo
e/ou
devagar
para dar ao mundo
o que
antes
já era dele
ao sensível
nem sei se
as procuro
ou se vêm
correndo
e/ou
devagar
para dar ao mundo
o que
antes
já era dele
Dos instantes
Podia escrever alguns versos.
Mas um dia teremos nossa poesia - a escrita, claro -
Pois já temos muita poesia vivida.
E [d]escrita na memória.
[Memória, poesia e vida.]
É isso e muito mais que nos une.
(Além das segundas e seguintes ordens...)
Mas um dia teremos nossa poesia - a escrita, claro -
Pois já temos muita poesia vivida.
E [d]escrita na memória.
[Memória, poesia e vida.]
É isso e muito mais que nos une.
(Além das segundas e seguintes ordens...)
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Antes de tudo...
Buscava textos secretos escritos por famosos desconhecidos.
Tentativa desesperada de ler algo ou alguém...
Ao final, depois de correr os olhos, eis que amparado pelo destinado desacaso.
Caiu aos seus olhos sonoro texto...
"Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno. "
C.M.
Jainda.
- Como pode caber tudo nas palavras?
- Não sei...
- Mas como podemos esvaziar as palavras?
- Não sendo humanos...
Tentativa desesperada de ler algo ou alguém...
Ao final, depois de correr os olhos, eis que amparado pelo destinado desacaso.
Caiu aos seus olhos sonoro texto...
"Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno. "
C.M.
Jainda.
- Como pode caber tudo nas palavras?
- Não sei...
- Mas como podemos esvaziar as palavras?
- Não sendo humanos...
terça-feira, 13 de julho de 2010
las cosas sencillas
Alimentos invisibles
que acalentan el alma:
El suspiro.
La mirada oculta.
El sonriso furtivo.
La reunión de las manos.
Aquel pensamiento.
Así seguimos, ricamente alimentados, para la vida.
que acalentan el alma:
El suspiro.
La mirada oculta.
El sonriso furtivo.
La reunión de las manos.
Aquel pensamiento.
Así seguimos, ricamente alimentados, para la vida.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
Para Juno
Ainda que não me leias, passo-te desapercebida todas as manhãs.
E espero, serenamente, o correr dos teus dias para nascer quase no teu fim.
Para deixar-me curtir corto-me.
E o recorte sai e se cola nos meses seguintes esperando as cores certas para preencher cada favo. Esperam pacientes sua persona colorista, o tempo, para completar-se e só então deixar nascer os verbos desta pequena ação.
[ferir] [correr] [sangrar] [discorrer]
[marcar] [mover] [sentir] [pensar]
[pintar][sanar]
[ler]
E espero, serenamente, o correr dos teus dias para nascer quase no teu fim.
Para deixar-me curtir corto-me.
E o recorte sai e se cola nos meses seguintes esperando as cores certas para preencher cada favo. Esperam pacientes sua persona colorista, o tempo, para completar-se e só então deixar nascer os verbos desta pequena ação.
[ferir] [correr] [sangrar] [discorrer]
[marcar] [mover] [sentir] [pensar]
[pintar][sanar]
[ler]
Receita para matar o tempo
(Quando encontrar diga-me!)
Por enquanto
Passo-te um placebo:
Por meio dessas descoloridas letras
Vou passar por suas medidas inteiras ou fracionadas
Vou sentar na janela e vê-lo passar [Carente de levar-me]
Vou apoiar-me no céu e (desde lá) iras ver-me escrita nele
(ou nessa folha gasta, quando não na tela,
quando não na mente de alguma gente
-que ainda sente-
essa mesma vontade de matar o tempo)
quinta-feira, 1 de julho de 2010
O fio mágico
No palco de Vei
[te vi passar]
Sonora e tranquila
[como onda do mar]
Respira e suspira
[num leve andar]
Temente as estrelas
[como estrela do ar]
[te vi passar]
Sonora e tranquila
[como onda do mar]
Respira e suspira
[num leve andar]
Temente as estrelas
[como estrela do ar]
terça-feira, 29 de junho de 2010
Calendário
Aproveita.
Marca o tempo.
Entre quadros coloridos passa.
Tira os meses passados.
Equilibra o presente.
Descompõe para compor.
Guarda,se necessário, as datas.
(É melhor guardar as felicidades.
Jamais se repetem. Ajuda a memória.)
Marcando e marcados, passamos.
Ele por nós.
Nós por eles.
Vamos virar a folha.
E tudo será um novelho passar.
Nada se vai sem voltar.
Aproveita.
Olha bem, o novelho passar.
Marca o tempo.
Entre quadros coloridos passa.
Tira os meses passados.
Equilibra o presente.
Descompõe para compor.
Guarda,se necessário, as datas.
(É melhor guardar as felicidades.
Jamais se repetem. Ajuda a memória.)
Marcando e marcados, passamos.
Ele por nós.
Nós por eles.
Vamos virar a folha.
E tudo será um novelho passar.
Nada se vai sem voltar.
Aproveita.
Olha bem, o novelho passar.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Diálogo de Pássaros III
- Oi.
- Oi.
- Como estás?
- Estou e você?
- Sigo.
- Bom.
- Bem.
- Será que choverá?
- Sim, já choveu.
- Tudo se repete. Não há nada de muito novo.
- Ehh... A vida é assim... Mas existe mudança.
- Sei bem, e você, mudou em algo?
- Nem sei.
- Mas é capaz que existam novas lembranças.
- Bem, sei que gosta de brincar com o tempo.
- E você com as pessoas.
- Somos dois jogadores.
- Não, eu brinco e você joga.
- Vamos voltar a isso?!
- Na verdade nunca saimos daqui.
- Nunca saimos de nós mesmos.
- Malditas extensões.
- Não se pode bringar contra si mesmo?!
- Voltamos a isso?
- A brigar?! Jamais. Nunca duelamos.
Sempre foi uma guerra florida.
- Não estou de acordo.
- Não pedi.
- Pois bem, espero que o tempo melhore. Choverá?!
- Pois negas muito de que és. Pode ser. Sempre é tempo.
- Vais viajar?
- Sim. Sempre faço isso.
- E vai voltar logo?!
- Existem viagens que nunca terminam... E outras que jamais começam.
- Acho que vai chover... É melhor entrar!!
- Claro, você prefere. Mas esperava um convite.
- Um convite?!? De que e para que?
- Para um banho, de chuva. Ele sempre deixa a alma mais leve.
- ...
- Você e seu silêncio. Isso está cada vez mais seu.
Mas bem. Estou indo. Fica com o guarda-chuva.
- E o fichário?!?
- Pego depois... Só leva cartas não enviadas...
Não gosto de carregar esse silêncio falado.
- ...
- Um dia eu volto. Eu sempre volto.
- Mas...
- Guarda. Quem sabe um dia você pode entregar ou responder a essas cartas.
- Mas, e meu silêncio?!
- Ele será repleto das minhas palavras e pensamentos.
Você poderá me ler (ou não). Na chuva ou no sol.
- ...
- Um dia eu volto. Eu sempre volto.
- ...
Chove. Há uma passarela. Dois lados e um meio. Segue a chuva.
Seguem: seca a voz e seco o olhar.
- Oi.
- Como estás?
- Estou e você?
- Sigo.
- Bom.
- Bem.
- Será que choverá?
- Sim, já choveu.
- Tudo se repete. Não há nada de muito novo.
- Ehh... A vida é assim... Mas existe mudança.
- Sei bem, e você, mudou em algo?
- Nem sei.
- Mas é capaz que existam novas lembranças.
- Bem, sei que gosta de brincar com o tempo.
- E você com as pessoas.
- Somos dois jogadores.
- Não, eu brinco e você joga.
- Vamos voltar a isso?!
- Na verdade nunca saimos daqui.
- Nunca saimos de nós mesmos.
- Malditas extensões.
- Não se pode bringar contra si mesmo?!
- Voltamos a isso?
- A brigar?! Jamais. Nunca duelamos.
Sempre foi uma guerra florida.
- Não estou de acordo.
- Não pedi.
- Pois bem, espero que o tempo melhore. Choverá?!
- Pois negas muito de que és. Pode ser. Sempre é tempo.
- Vais viajar?
- Sim. Sempre faço isso.
- E vai voltar logo?!
- Existem viagens que nunca terminam... E outras que jamais começam.
- Acho que vai chover... É melhor entrar!!
- Claro, você prefere. Mas esperava um convite.
- Um convite?!? De que e para que?
- Para um banho, de chuva. Ele sempre deixa a alma mais leve.
- ...
- Você e seu silêncio. Isso está cada vez mais seu.
Mas bem. Estou indo. Fica com o guarda-chuva.
- E o fichário?!?
- Pego depois... Só leva cartas não enviadas...
Não gosto de carregar esse silêncio falado.
- ...
- Um dia eu volto. Eu sempre volto.
- Mas...
- Guarda. Quem sabe um dia você pode entregar ou responder a essas cartas.
- Mas, e meu silêncio?!
- Ele será repleto das minhas palavras e pensamentos.
Você poderá me ler (ou não). Na chuva ou no sol.
- ...
- Um dia eu volto. Eu sempre volto.
- ...
Chove. Há uma passarela. Dois lados e um meio. Segue a chuva.
Seguem: seca a voz e seco o olhar.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
quinta-feira, 24 de junho de 2010
terça-feira, 15 de junho de 2010
Blanco y negro
Dançam as cores por dentro...
Procuram os espaços.
Onde possam repousar lentas
[dessa coisa de ver.]
Ver pede muito. Pede tempo.
Ele corre. Solto e leve.
Nós o sentimos. Presos e densos.
Dançamos...
Par desalinhado.
Eu te preencho.
Você me invade.
Procuremos espaços.
Onde possamos repousar lentos.
De tudo.
Mas não do tempo.
E dessa coisa de dentro.
Desse vento.
[Que anuncia e vê]
O movimento
Procuram os espaços.
Onde possam repousar lentas
[dessa coisa de ver.]
Ver pede muito. Pede tempo.
Ele corre. Solto e leve.
Nós o sentimos. Presos e densos.
Dançamos...
Par desalinhado.
Eu te preencho.
Você me invade.
Procuremos espaços.
Onde possamos repousar lentos.
De tudo.
Mas não do tempo.
E dessa coisa de dentro.
Desse vento.
[Que anuncia e vê]
O movimento
sábado, 5 de junho de 2010
Desde uma senda
Foi algo tão denso, que me perdi varias vezes, mas algo esta aqui. E chegou porque, por um curto instante, pudemos vibrar mão e mente.
E passei a ouvir-lhe, veio sem vir. Apoiou-se nele e foi.
E passei a ouvir-lhe, veio sem vir. Apoiou-se nele e foi.
Correu da sua boca até minha mão e daqui até seus olhos...
Corre como segredo. Um segredo entre nós. Não visto, não declarado.
"Sai! Não te quero! Vai bem longe. Outras paragens te esperam. Zombas demasiadamente alto e forte, mas não te arriscas... Busca outros espaços. Não posso te ter. Tão pouco rever a tua face. Pois dela sou espelho. Não suporto mais. Busca outro, estás vibrando alto e já não te alcanço. Peço outro palco, outra dança. Cheguei ao ponto alto e não vejo nada. Só tu, maldita, que não me soltas as mãos, não me descobre olhos! Quero ver, quero outros olhos, outra boca... Na tua tela, cheia de cores e vazios, não há espaço. Encontra outra luz. Encontra Outro. Nessa tela desbordada, desfiada e desmedida não existe mais o vibrar..."
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Boêmio
Com você verdades e mentiras vêm acompanhadas de risos.
Não explicas, semeias com olhar e colhes com beijos.
Regeneras com forte abraço.
E jainda, leva e deixa felicidade.
Vaga (o já não tão vago) amigo.
Mas se vai, volta...
Pois nossa vaga é brincar de colher sorrisos.
Não explicas, semeias com olhar e colhes com beijos.
Regeneras com forte abraço.
E jainda, leva e deixa felicidade.
Vaga (o já não tão vago) amigo.
Mas se vai, volta...
Pois nossa vaga é brincar de colher sorrisos.
persona pensante
- ... somos dos... mas bem... que fazer, vamos sem direção... mas, vamos ver se vamos...pois não vale parar... estás em retiro? ou não quer ouvir falar? relaxa... se não surtas... não adianta lutar, as coisas não vão por onde queremos, mas por onde elas vão... aprende, nem tudo se pode controlar... as vidas seguem seus meandros... não adianta capinar, elas nascem sem esperar... não há códigos para tudo, um dia haverás de entender... que para achar temos que nos perder... ainda que pareça loucura, não o é... descobrir que vibrar é assim, um sem querer se rever, se reencontrar num instante perdido e achado... Não se brinca com o tempo. Ele passa por nós, e escolhe das nossas ofertas o que fica e o que vai. O ofertado é levado, para [quem sabe] um dia voltar...
segunda-feira, 17 de maio de 2010
illimitatus
Borrei tudo que podia.
Só restei eu, memória ambulante de tempos.
Ser sentido.
Vagamente pensante.
Ouvinte de canções refletidas.
Persona desmascarada.
Ocultada pelas palavras mais medidas (selecionadas pelos metros menos quadrados que podemos calcular).
Sim... ainda incalculante, incalculável.
Precisamente imprecisa.
Cada lado apresenta direção simetricamente oposta ao dantes pensado.
Densa, mas leve condutora.
Quimicamente descomposta da linguagem particularmente universal dos sentidos.
Sinestesicamente formada de espaços-tempos.
D’outra Via, D’outro Sidério.
Do espaço (e do instante) que lhe cabe.
Do entremundo.
Do real refletido (... mas donde?)
(Donde se possa imaginar...)
Só restei eu, memória ambulante de tempos.
Ser sentido.
Vagamente pensante.
Ouvinte de canções refletidas.
Persona desmascarada.
Ocultada pelas palavras mais medidas (selecionadas pelos metros menos quadrados que podemos calcular).
Sim... ainda incalculante, incalculável.
Precisamente imprecisa.
Cada lado apresenta direção simetricamente oposta ao dantes pensado.
Densa, mas leve condutora.
Quimicamente descomposta da linguagem particularmente universal dos sentidos.
Sinestesicamente formada de espaços-tempos.
D’outra Via, D’outro Sidério.
Do espaço (e do instante) que lhe cabe.
Do entremundo.
Do real refletido (... mas donde?)
(Donde se possa imaginar...)
quarta-feira, 12 de maio de 2010
11:50
- Só para saber! Está me vendo?
- Sim.
- Ótimo!
- Vamos fazer nada juntos?
- Que tal assim: algumas horas, uns sorrisos...
- ... E uma vida mais leve!
- Suas observações deixam o mundo mais colorido...
- Suas imagens fazem o mundo mais significativo...
- Nós vemos, não?
- Sempre teremos esse espaço e aquele algum tempo.
(Silêncio, espera e sorrisos.)
- Sim.
- Ótimo!
- Vamos fazer nada juntos?
- Que tal assim: algumas horas, uns sorrisos...
- ... E uma vida mais leve!
- Suas observações deixam o mundo mais colorido...
- Suas imagens fazem o mundo mais significativo...
- Nós vemos, não?
- Sempre teremos esse espaço e aquele algum tempo.
(Silêncio, espera e sorrisos.)
terça-feira, 11 de maio de 2010
Frase Solta III
Memória: porta-retrato útil [ e algumas vezes seletivo que possui melhoramento automático] das imagens selecionadas.
sábado, 8 de maio de 2010
Da algibeira de Entremundos
As preposições
podem mudar o mundo.
Entre "para" e "com",
qual seria a sua escolha?
podem mudar o mundo.
Entre "para" e "com",
qual seria a sua escolha?
terça-feira, 4 de maio de 2010
Apontamento
Ao (Meu) poeta ... pensador,
Sua Leitora
Chamo-te assim porque na falta de uma classe te encerro momentaneamente.
Sei que não se limita a rótulos, és único a cada dia. Definitivamente feito de um silêncio perturbador. Sou tão pequena, que perto de você troco letras, abuso de palavras. E você tão você, me deixa frases condutoras... Perco-me no império do seu silêncio(às vezes hermético outras vezes indecifrável). Não te quero só para mim, não te chamarei mais “meu”, mas te darei um segundo (ou terceiro) eu. O de ser poeta, pois já és o que pensa que és, um poeta de tudo e de muitos (e será também o meu).
Aquele que escreve, lê e decifra no silêncio. Que faz do tenso silêncio um espaço para a palavra livre, numa outra dimensão,guardada. Agora eu entendo o sentir e o levar um silêncio pleno de você. É o que levo hoje dentro. Rego-me do teu silêncio para florescer (quem sabe) mais eu.
Sei que não se limita a rótulos, és único a cada dia. Definitivamente feito de um silêncio perturbador. Sou tão pequena, que perto de você troco letras, abuso de palavras. E você tão você, me deixa frases condutoras... Perco-me no império do seu silêncio(às vezes hermético outras vezes indecifrável). Não te quero só para mim, não te chamarei mais “meu”, mas te darei um segundo (ou terceiro) eu. O de ser poeta, pois já és o que pensa que és, um poeta de tudo e de muitos (e será também o meu).
Aquele que escreve, lê e decifra no silêncio. Que faz do tenso silêncio um espaço para a palavra livre, numa outra dimensão,guardada. Agora eu entendo o sentir e o levar um silêncio pleno de você. É o que levo hoje dentro. Rego-me do teu silêncio para florescer (quem sabe) mais eu.
Sua Leitora
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Descobrir, descoberta.
Alguns minutos depois do primeiro olhar de algumas ausências.
Com um leve inclinar por sobre aquele curto espaço é que ele vêm...
Não tinha como domar esse olhar.
Intenso.
Ladrão de segredos.
Leitor de almas.
“-Que olhar é esse?”’
“- Não sei. Esses são meus olhos.
Eles são olhos e só.”
Desvia olhar, cai ao nada, tornar a mirar.
Um meio instante.
Um meio sorriso.
Um leve passar.
“- Você tem olhar Via Láctea.”
Uma descoberta.
Com um leve inclinar por sobre aquele curto espaço é que ele vêm...
Não tinha como domar esse olhar.
Intenso.
Ladrão de segredos.
Leitor de almas.
“-Que olhar é esse?”’
“- Não sei. Esses são meus olhos.
Eles são olhos e só.”
Desvia olhar, cai ao nada, tornar a mirar.
Um meio instante.
Um meio sorriso.
Um leve passar.
“- Você tem olhar Via Láctea.”
Uma descoberta.
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Diálogo de Pássaros II
- Você conhece meu repertório?
- Sim. Mas espero variações.
- As variações do silêncio??
- Não, esperei mais de você.
- ...
- ...
- Acho que não consigo te ler.
- É, acho que sim.
- Acho que precisamos entrar em fase.
- Concordo. Fato raríssimo.
- Será necessário um seqüestro astral.
- Talvez não.
- Porque “talvez não”?
- ...
- Porque “talvez não”?
- Alguém disse: “Te deixei ir para ver até onde chegavas. Não fostes nem longe nem perto. Nem em mim chegaste.”
(Silêncio profundo e um olhar demasiado.)
- Sim. Mas espero variações.
- As variações do silêncio??
- Não, esperei mais de você.
- ...
- ...
- Acho que não consigo te ler.
- É, acho que sim.
- Acho que precisamos entrar em fase.
- Concordo. Fato raríssimo.
- Será necessário um seqüestro astral.
- Talvez não.
- Porque “talvez não”?
- ...
- Porque “talvez não”?
- Alguém disse: “Te deixei ir para ver até onde chegavas. Não fostes nem longe nem perto. Nem em mim chegaste.”
(Silêncio profundo e um olhar demasiado.)
Diálogos de Pássaros
- Sabe, queria te entender.
- Já desisti disso: ENTENDER.
- Se pode também só amar?!
- Será?!
- Bem, muitas vezes te odeio. Me irritam muitas coisas em você.
- Um exemplo.
- Você sempre me faz ter razão.
Para não me enfrentar, silencia.
- ...
- Não disse!?!
- ...
- O que?
- ...
- Nada. Acho que falamos línguas diferentes.
- Será?! Pode até ser!
- Em que língua você me lê?
- ...
(A retórica já foi sua arte.)
- Já desisti disso: ENTENDER.
- Se pode também só amar?!
- Será?!
- Bem, muitas vezes te odeio. Me irritam muitas coisas em você.
- Um exemplo.
- Você sempre me faz ter razão.
Para não me enfrentar, silencia.
- ...
- Não disse!?!
- ...
- O que?
- ...
- Nada. Acho que falamos línguas diferentes.
- Será?! Pode até ser!
- Em que língua você me lê?
- ...
(A retórica já foi sua arte.)
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Espejismo
Ocultas a lágrima corrente,
Soluçando sorrisos doloridos.
Imaginas sentimentos reais.
Cativas desejos sonhados.
Roubas o que podias ser teu.
Amas só o conhecido proximal.
Nunca permites que estrangeiro entre.
[Se descobre por negação?]
Soluçando sorrisos doloridos.
Imaginas sentimentos reais.
Cativas desejos sonhados.
Roubas o que podias ser teu.
Amas só o conhecido proximal.
Nunca permites que estrangeiro entre.
[Se descobre por negação?]
Distopia
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Sintonia
Sintonia
Nesse meio tempo em que a net não funciona e em que não é possível ouvir o som da tua voz quero te dizer o quanto és importante em minha vida. Porque me fez ver que eu sou maior do que penso e passível de crescer até onde você me enxerga. Que tenho manias, repetições e histórias que só você agüenta. Que você é capaz de me ler mesmo quando não sou o melhor texto. E que nunca vai querer me escrever, mas que me fará pensar nas palavras em que poderei rascunhar. Que até teu silêncio e o som da tua respiração são sentidos como espaços de colheita da calma e da alma do que mais preciso.
Você escolheu a melhor e a mais bela forma de amar.
Por isso e pelo inaudito, Te amo.
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Por Mnemosine
Ela sentou e escreveu tudo que esteve sufocando-a. Não sabemos em quanto tempo se faz uma estrela, como saberemos calcular o tempo daquele coser? Movimentos internos e externos. Expansões, tensões, guerras e conquistas. Tudo saia dela, como se estivesse preso e por um segundo viesse à luz.
“Espaços vazios são necessários e angustiantes. Odeio pensar em algumas coisas ( por isso tenho memória seletiva – só não sei se consciente ou inconsciente). Adoro o branco, mas sei que linhas me lembram letras – sejam elas em que cores forem – me encanta el clásico blanco y negro. Sou essencialmente derivada, por isso o Non serviam. Queria saber pintar, porque quando me escrevo , me sangro muito. A letra se tinge das cores que levamos e vemos. Cada ponto marca um ponto entre os eus que habitam em mim.”
E foi assim: corre, salta, mergulha, escreve. Nasceu letra, cresceu palavra, vingou texto.
Ela, ser sentimental, compôs o alfabeto só para sentir compreensão.Ao fim ergue os olhos e se declara:
- Nenhum significado é fechado. Sigo luando.
Pariu quem a fazia morrer.
“Espaços vazios são necessários e angustiantes. Odeio pensar em algumas coisas ( por isso tenho memória seletiva – só não sei se consciente ou inconsciente). Adoro o branco, mas sei que linhas me lembram letras – sejam elas em que cores forem – me encanta el clásico blanco y negro. Sou essencialmente derivada, por isso o Non serviam. Queria saber pintar, porque quando me escrevo , me sangro muito. A letra se tinge das cores que levamos e vemos. Cada ponto marca um ponto entre os eus que habitam em mim.”
E foi assim: corre, salta, mergulha, escreve. Nasceu letra, cresceu palavra, vingou texto.
Ela, ser sentimental, compôs o alfabeto só para sentir compreensão.Ao fim ergue os olhos e se declara:
- Nenhum significado é fechado. Sigo luando.
Pariu quem a fazia morrer.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Passagem
Quis te represar em mim.
Mas um rio não prende outro.
Podemos, talvez, nos comportar juntos.
[Se alargarmos as margens]
Mas será, tenho dito, muito de reconstrução.
Há muita força em jogo.
Nascemos e renascemos com tudo que levamos dentro.
Carregamos caudaloso volume de nós.
Muitos atos nos definem.
Muitos desejos nos ampliam.
Assim apontamos nossos meandros.
Mas sempre iremos ao mar.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
As passadas da luta
Um encontro [quem sabe] se pode marcar. Somos nós, somos dois. Somos anoitecer e luar. Complementares? Talvez. Jamais poderemos constatar. Somos nós, somos dois a se [des]encontrar.
Nosso encontro é assim, um surto, um instante, como espuma do mar. Se conforma e furtivamente se vê desmanchar. Somos nós, somos dois. Somos arrecife e mar. Tão grandes, tão fortes, que não há minuto de não se chocar.
Somos nós, somos dois. Somos raio e mar. Se tocam, se beijam. Mas não sabem se amar... Encontros furtivos? Se pode esperar - mas quiçá um dia possamos nos amar.
Somos nós, somos dois. Encontro sem par. Podemos seguir.
Somos dois, somos nós, alguém em quem sempre buscar - o que falta e o que sobra.
Somos a busca do mar. [Que se perde em si]. Somos volta imperfeita, a escuma insatisfeita. Nós precisamos rascunhar. Somos nós, somos dois. Somos asas que desejam voar.
[Brincamos com o tempo]. Queremos ser e estar em reinos desconstruídos que tentamos remarcar...
Somos caule e espinho. Tentamos em vão declarar, qual seria o que marca o caminho para a seiva passar... Esquecemos [tontos] que não se pode separar.
A matéria [e algo mais ]nos une e nos faz recordar que só há um caminho, o de se reencontrar.
Nosso encontro é assim, um surto, um instante, como espuma do mar. Se conforma e furtivamente se vê desmanchar. Somos nós, somos dois. Somos arrecife e mar. Tão grandes, tão fortes, que não há minuto de não se chocar.
Somos nós, somos dois. Somos raio e mar. Se tocam, se beijam. Mas não sabem se amar... Encontros furtivos? Se pode esperar - mas quiçá um dia possamos nos amar.
Somos nós, somos dois. Encontro sem par. Podemos seguir.
Somos dois, somos nós, alguém em quem sempre buscar - o que falta e o que sobra.
Somos a busca do mar. [Que se perde em si]. Somos volta imperfeita, a escuma insatisfeita. Nós precisamos rascunhar. Somos nós, somos dois. Somos asas que desejam voar.
[Brincamos com o tempo]. Queremos ser e estar em reinos desconstruídos que tentamos remarcar...
Somos caule e espinho. Tentamos em vão declarar, qual seria o que marca o caminho para a seiva passar... Esquecemos [tontos] que não se pode separar.
A matéria [e algo mais ]nos une e nos faz recordar que só há um caminho, o de se reencontrar.
terça-feira, 6 de abril de 2010
Questões do tempo

Com uma letra, um número e uns sinais mostrou-se o que se pode sentir, dizer ou escrever: que o ontem e o amanhã são relocações do hoje. Vemos então que o hoje é o ontem e o amanhã e tudo o que fazemos hoje é futuro e passado.
(Assim explicamos o fato passado, que no presente foi descrito e no futuro será lido. Será que isso da matéria? Aponta o mote. Tenta sorte, marca ou não marca, sai a frase, recorda o número. Sai a letra, assim tentamos fazer canção... )
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Pratadourada
Escrevo versos cor de céu
Entre cumulus e nimbus
Sou ser velando
Canto trovões
Entoando canções
Onde estamos? Para onde vão?
Num respiro mais fundo,
Corro e faço uma canção.
Peço a Ela, que por Ela,
Me ensine a direção
Amante polifásica
Doce espaço do dragão
Nasce, renasce e cresce
Como no mundo de ilusão.
Me faz assim, pratadourada.
Eu tenho muitas faces...
Mas não sou dona da ilusão.
[Por nós passa, igual ao tempo.
Não se foge de sua [ação.]
E é assim que um raio se faz canção.
Perdida em notas
Deixamos apenas a impressão
que ele brota de um encontro,
de uma tensão
E se mostra espraiado
Na pratadourada imensidão.
domingo, 21 de março de 2010
Ao Ocluso Ser
Tenho flores nas mãos...
Tenho tudo que elas podem ter:
Espinhos e Pétalas.
Tenho flores nas mãos...
Tenho um corte na alma.
Crescem ai as flores rubras...
Tenho flores nas mãos...
Tenho uma tinta para uma tela!
Mas não tenho nada a desenhar...
Só tenho letras, cortes do ar,
Que desejam sair, quando quero não mais entrar...
Tenho flores, palavras e alguma canção...
Tanto tenho, tenho tanto.
Todo tato, tateia a alma...
Tanto tato, tanto canto...
Tenho flores, palavras e alguma canção...
Flores, tenho nas mãos...
Palavras, tenho na carne...
Canção, tenho na alma...
sexta-feira, 12 de março de 2010
Repertum
Repertum
É mistério e segredo,
Mas não tenha medo.
Não existe nenhum labirinto.
E te tenho dito
Que existem portas
As de entrar
As de sair
É um pouco mistério.
Chaves não se dizem.
Se sentem.
As tens.
Usas o segredo,
Mas não sentes.
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